O desemprego nas regiões metropolitanas do Brasil ficou em 9,3% em janeiro. Apesar de ser praticamente a mesma taxa de janeiro do ano passado (9,2%), houve uma melhora qualitativa no mercado de trabalho. As vagas com carteira assinada continuaram a encabeçar a criação de postos de trabalho e, dessa vez, se expandiram 4,1% nos últimos 12 meses. O rendimento médio dos empregados, por sua vez, avançou 4,7% reais. Ao mesmo tempo, apenas as pessoas mais qualificadas conseguiram se empregar nesse período.
O desemprego nas regiões metropolitanas do Brasil ficou em 9,3% em janeiro. Apesar de ser praticamente a mesma taxa de janeiro do ano passado (9,2%), houve uma melhora qualitativa no mercado de trabalho. As vagas com carteira assinada continuaram a encabeçar a criação de postos de trabalho e, dessa vez, se expandiram 4,1% nos últimos 12 meses. O rendimento médio dos empregados, por sua vez, avançou 4,7% reais. Ao mesmo tempo, apenas as pessoas mais qualificadas conseguiram se empregar nesse período. A ocupação para quem tem mais de 11 anos de estudo avançou 6,1%, enquanto foi reduzida em 12% para os que estudaram menos de um ano.
Em relação a dezembro do ano passado, entretanto, houve aumento do desemprego e queda dos rendimentos. Em dezembro, de acordo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de ocupação havia sido de 8,4% e o salário médio estava em R$ 1.077,55. Em janeiro, ele passou a valer R$ 1.066,10, o que significou uma redução de 1,1%.
Segundo especialistas, esse movimento é reflexo da saída de pessoas contratadas para trabalhos temporários de fim de ano. “Esse movimento é pontual e, apesar de 2007 ter começado de uma maneira parecida com 2006, com crescimento da quantidade de pessoas à procura de trabalho, a história deste ano deve ser diferente. E para melhor”, acredita Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE, a alta do desemprego verificada em janeiro deverá ser mantida até abril ou maio, se observada a a série histórica da pesquisa. “A tendência é de que até abril, maio, a taxa de desocupação ainda apresente alta. Talvez em maio, possa haver uma queda e o nível de ocupação volte a subir.”
Já Ávila diz que os efeitos das sucessivas reduções nos juros básicos ainda não foram sentidas na totalidade pela economia real e muito menos pelo mercado de trabalho, que costuma reagir com alguma defasagem a esses estímulos. Devido a isso, ele espera que a quantidade de vagas criadas neste ano no país supere as 520 mil do ano passado. “Mas ainda não sei se 2007 será melhor do que 2004, quando o saldo líquido de postos de trabalho ficou em 646 mil”, completa.
Sobre o crescimento do emprego apenas para quem conclui o ensino médio, Azeredo, diz que isso é reflexo da maior escolaridade da população, mas não significa que os com menos estudo não encontrarão emprego. “Como são pessoas de classes econômicas mais baixas, com rendimentos pequenos, elas não podem ficar sem trabalhar. Acabam indo para a informalidade”, diz.
No entanto, nos resultados apresentados pelo IBGE ainda não é possível constatar um aumento da contratação informal. Em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2006, esse tipo de emprego teve mais um resultado negativo: queda de 2,9%. O emprego por conta própria subiu 6,8% no mesmo período. Na avaliação do economista do Ipea ainda é cedo para dizer que esse movimento indica alguma precarização do mercado de trabalho.
Sergio Vale, da MB Associados, acha que o crescimento do emprego com carteira ainda superará o informal e a média da taxa de desemprego para este ano ficará em 9,6%, abaixo dos 10% apurados pelo IBGE em 2006.
Importação cresce 29,6% em relação a 2006
As contas do comércio exterior brasileiro foram superavitárias em US$ 700 milhões na terceira semana de fevereiro (dias 12 a 18), com cinco dias úteis. O saldo é conseqüência de exportações de US$ 2,795 bilhões – uma média diária de US$ 559 milhões – e de importações de US$ 2,095 bilhões – média de US$ 419 milhões por dia útil, segundo informou ontem a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No mês, a média diária das exportações cresceu 15,3% em relação à média registrada em fevereiro do ano passado, motivado pelo aumento dos embarques de todas as categorias de produtos. Na comparação com janeiro, a média até agora ficou 12,4% maior. Já as importações cresceram mais em relação a fevereiro de 2006 (25,3%) do que em relação a janeiro (7,6%). Os maiores aumentos de compras, na comparação fevereiro com fevereiro de 2006 foram com adubos e fertilizantes (+68,3%), farmacêuticos (+51,7%) e siderúrgicos (+36,8%).
No acumulado do ano, as exportações cresceram 20,6% em relação à média diária registrada no mesmo período do ano passado e as importações tiveram um aumento de 29,6%.
Nas três primeiras semanas de fevereiro, o superávit comercial chega a US$ 1,753 bilhão, com exportações de US$ 6,724 bilhões e importações de US$ 4,971 bilhões.
A balança comercial acumula no ano superávit de US$ 4,246 bilhões. No período, as exportações situaram-se em US$ 17,687 bilhões e as importações, em US$ 13,441 bilhões. Em janeiro, a balança comercial apresentou saldo de US$ 2,493 bilhões, com US$ 10,963 bilhões em vendas e US$ 8,470 bilhões em compras.