A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, explicou ontem que o fim da era Palocci, preconizado por ela e pelo ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais, no domingo, não afetará as metas de inflação e de superávit primário nas contas públicas.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, explicou ontem que o fim da era Palocci, preconizado por ela e pelo ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais, no domingo, não afetará as metas de inflação e de superávit primário nas contas públicas. Dilma disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá manter a atual meta fiscal durante seu segundo mandato e também não fará alterações na política de metas de inflação.
O governo trabalha com meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), economia que deve ser feita anualmente por União, estados, municípios e empresas estatais. “Os 4,25% de superávit primário estão mantidos”, disse a ministra em entrevista à rádio CBN.
No domingo, depois de confirmada sua vitória, Lula afirmou que manteria uma política responsável de gastos públicos. A chefe da Casa Civil disse ainda que a qualidade do ajuste fiscal deve ser aprimorada. “Eu acredito que se aprofundarão reformas. Não é a mesma política do passado, eu acho que nós vamos ter de buscar uma maior eficácia do gasto, uma maior eficiência no ato de gastar”, comentou. “Vamos ter de enxugar bastante a máquina para possibilitar que a gente invista e mantenha os gastos sociais”.
Dilma deixou claro que a política de metas para a inflação também não sofrerá alterações. No entender da ministra, a tendência é de que os índices de preços continuem em desaceleração.
Depois de admitir que o governo gastou mal no passado e ainda gasta mal, Dilma defendeu a melhoria nesse ponto da gestão. E destacou: “Nós vamos precisar de ter uma política de investimento de infra-estrutura que viabilize o crescimento de 5%.”
Desoneração. A chefe da Casa Civil também admitiu a necessidade de desonerar tributos a partir da racionalização dos gastos públicos, mas disse discordar da hipótese de um corte de R$ 60 bilhões nos dispêndios do governo, defendida por setores do PSDB na campanha eleitoral.
Sobre a autonomia formal do Banco Central, Dilma preferiu não fazer comentários detalhados. “Isso não é bem uma decisão que eu possa externar hoje”, respondeu a ministra, que também evitou comentar sobre sua permanência no ministério de Lula. “Todos os ministros entregarão o seu cargo ao presidente, e ficará à critério do presidente a forma pela qual ele vai organizar o governo”, disse.