O saldo da balança comercial brasileira deverá encolher em 2007, ficando em US$ 36,1 bilhões, quase 20% abaixo dos US$ 45,3 bilhões esperados para este ano. A projeção é da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) que trabalha com perspectiva de crescimento de 1% nas exportações e de 11,3% nas importações, levando em conta a manutenção da atual política cambial.
O saldo da balança comercial brasileira deverá encolher em 2007, ficando em US$ 36,1 bilhões, quase 20% abaixo dos US$ 45,3 bilhões esperados para este ano. A projeção é da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) que trabalha com perspectiva de crescimento de 1% nas exportações e de 11,3% nas importações, levando em conta a manutenção da atual política cambial. “Tudo se encaminha no sentido de se manter o câmbio como está, pois o governo não quer mexer em nada que altere a inflação e o câmbio é o sustentáculo dessa política de estabilidade”, diz José Augusto de Castro, diretor da AEB.
A entidade estima uma taxa de câmbio de R$ 2,30 “como teto” para os próximos 12 meses. Nesse cenário a Selic fecha 2007 em 11,5% nominais. “O juro básico não ultrapassa 10%, devido à inflação e para permitir também ingresso de divisas, o que é outro elemento de pressão sobre o câmbio”, diz Castro. A AEB estima exportações de US$ 138 bilhões e importações de US$ 101,8 bilhões, avaliando que a contribuição do setor externo para o PIB ainda será negativa em 2007.
Nessa contabilidade, deverão declinar 0,2% as exportações de industrializados, enquanto as importações de bens de consumo poderão aumentar 26,6% , com destaque para duráveis (32,8%). “Vamos voltar a ser exportadores fortes de commodities. Somente as exportações de minério de ferro deverão somar US$ 10,3 bilhões em 2007. O complexo soja vai contribuir com mais US$ 10 bilhões. Entre os manufaturados, a expectativa de receita vem das vendas de aviões da Embraer, que sofreram atrasos de entrega este ano”, afirma Castro.
Segundo ele, 2007 vai registrar mais saída de capitais do país para investimentos no exterior do que entrada de investimento direto no Brasil. “Será o primeiro ano em que sairão do país mais recursos para investimentos lá fora do que entrarão para investimentos diretos aqui dentro.” Castro atribui essa estratégia de comprar empresas no exterior, que vem sendo adotada pelas empresas brasileiras, como outra conseqüência do câmbio valorizado. “Isto vem ocorrendo não só com grandes empresas, como a Vale do Rio Doce, que comprou a canadense Inco por quase US$ 18 bilhões, como com outras de menor porte”, diz. A AEB prevê que o PIB cresça 3,5% em 2007.