Pressionada pela alta de preços das commodities no atacado em 2006, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 3,79%, mais que o triplo de 2005 (1,22%). Mesmo com a aceleração entre um ano e outro, o indicador de 2006 foi a quarta menor taxa da história do índice, criado na década de 40 e usado para reajustar a dívida dos estados com a União.
Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), isso reflete o cenário atual no país, de inflação baixa e sustentável.
Pressionada pela alta de preços das commodities no atacado em 2006, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 3,79%, mais que o triplo de 2005 (1,22%). Mesmo com a aceleração entre um ano e outro, o indicador de 2006 foi a quarta menor taxa da história do índice, criado na década de 40 e usado para reajustar a dívida dos estados com a União.
Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), isso reflete o cenário atual no país, de inflação baixa e sustentável. A taxa anual também foi puxada para baixo pela desaceleração mensal do IGP-DI, de novembro para dezembro (de 0,57% para 0,26%), influenciada pela queda do preço da soja (-0,01%).
O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, considera muito positivo duas das menores taxas anuais da história do índice terem sido consecutivas. Ele lembrou que o resultado de 2005 foi excessivamente baixo, o menor da série histórica e beneficiado pela forte valorização do real ante o dólar naquele ano.
No ano passado, os preços do atacado subiram 4,29%, em 2005 caíram 0,97%. Isso porque o impacto da inflação das commodities afetou principalmente o setor atacadista. “O atacado foi o que mais influenciou o IGP-DI de 2006”, afirmou Quadros.
Porém, o aumento de preços das commodities já começa a perder força. De novembro para dezembro, a inflação no setor atacadista se desacelerou (de 0,75% para 0,11%), devido à elevação menos intensa no preço do milho (de 13,89% para 7,39%).
Em trajetória oposta ao resultado anual do atacado, a variação de preços no varejo foi menor em 2006: 2,05%, quase metade da inflação para o consumidor em 2005 (4,05%). Isso porque houve deflação nos preços dos alimentos (-0,51%), principalmente in natura (-6,54%). Mas, na passagem de novembro para dezembro a elevação de preços para o consumidor subiu mais fortemente (de 0,24% para 0,63%), pressionada pelo fim da deflação nos transportes (de -0,16% para 3,42%). Na construção civil, a inflação no setor subiu 5,04%, abaixo de 2005 (6,84%). De novembro para dezembro, houve aceleração de preços (de 0,23% para 0,36%).
São Paulo
O custo de vida do paulistano subiu 2,57% no ano passado, menor variação desde 1998, quando registrou alta de apenas 0,49%. No acumulado de 2005, a inflação havia atingido 4,55%. Os dados fazem parte do Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A maior alta individual entre os produtos e serviços que fazem parte da pesquisa do Dieese veio do transporte coletivo, que apresentou no ano aumento de 12,92%. Com isso, o grupo transportes fechou 2006 com inflação de 4,41%.