O faturamento das indústrias caiu 0,33% em novembro de 2006, após dois meses seguidos de alta. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda não pode ser interpretada como mudança na tendência da expansão da produção industrial. “Trata-se de uma acomodação da atividade produtiva, o que é normal após os expressivos aumentos observados em setembro e outubro”, explica uma nota da entidade.
Em setembro e outubro de 2006, as vendas das indústrias cresceram 3,46%.
O faturamento das indústrias caiu 0,33% em novembro de 2006, após dois meses seguidos de alta. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda não pode ser interpretada como mudança na tendência da expansão da produção industrial. “Trata-se de uma acomodação da atividade produtiva, o que é normal após os expressivos aumentos observados em setembro e outubro”, explica uma nota da entidade.
Em setembro e outubro de 2006, as vendas das indústrias cresceram 3,46%. Apesar da queda em novembro, o segundo semestre do ano passado foi melhor que o de 2005, segundo o economista Paulo Mol, da CNI.
Mesmo caindo, os ganhos dos empresários mantiveram-se em níveis mais altos que os do ano anterior. Na comparação com novembro de 2005, as vendas apresentaram alta de 3,69%. O aumento do faturamento no período de janeiro a novembro do ano passado foi de 1,63% em relação ao mesmo período de 2005.
Para a CNI, o aumento da massa salarial e a expansão do crédito têm contribuído para o ganho das indústrias. “A continuidade dos processos de aumento da renda das famílias, devido ao crescimento do nível de emprego e de renda, e de expansão do crédito produz um cenário positivo para os próximos meses”, diz o comunicado da entidade.
Também houve queda no número de horas trabalhadas na indústria, de 0,74% em relação a outubro. Para a CNI, a redução foi normal, tendo em vista o número de horas trabalhadas ter atingido em outubro a maior taxa de aumento dos últimos 18 meses.
“Outubro foi espetacular”, afirmou Mol. O indicador já vinha acumulando um ciclo de seis meses consecutivos de elevação. “Não se trata, portanto, de um sinal de reversão na tendência de expansão da atividade industrial”, diz a nota da CNI. Em relação a novembro de 2005, o número de horas trabalhadas foi 3,58% maior.
O emprego na indústria, por sua vez, teve em novembro o 12º mês consecutivo de crescimento. O ritmo de crescimento do número de pessoas empregadas chegou até a surpreender o economista da CNI.
“Normalmente, temos primeiro um aumento das horas trabalhadas e depois é que há um crescimento do emprego. Desta vez, não é isso que estamos vendo”, disse Paulo Mol. Para ele, a mudança pode ter sido provocada pela nova composição do crescimento ocorrido no ano passado. “Ao contrário do que vimos em 2003 e 2004, não é o setor exportador que puxou o crescimento do ano passado”, disse.
O índice de utilização da capacidade instalada da indústria ficou estável em 82% em novembro. “Apesar do aumento das vendas reais, há sete meses o nível de utilização da capacidade instalada se mantém em torno de 82%”, observou a nota da CNI.
Para Mol, a estabilidade do indicador é reflexo da maturação de investimentos. “Essa é uma excelente notícia, mostra que continuamos crescendo sem gerar pressões de custos sobre a produção”, disse.
Na opinião do economista, esse dado também demonstra que continua a haver espaço para novas quedas dos juros. Desde setembro de 2005, a taxa Selic já foi reduzida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 6,5 pontos porcentuais. “Isto ajudará a indústria a entrar em 2007 com taxas de crescimento maiores que as do início de 2006”, comentou.