Fusões e aquisições recordes, no Brasil

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O Brasil registrou recorde de fusões e aquisições em 2006, com 473 transações, superando a marca de 372 operações atingida em 1997, e representando aumento de 30% sobre os 363 negócios de 2005, segundo pesquisa elaborada pela consultoria KPMG.


O desempenho no quarto trimestre também foi recorde, com 131 acordos, ante 111 do mesmo período de 2005, que representava até então a melhor marca em quarto trimestre.

O Brasil registrou recorde de fusões e aquisições em 2006, com 473 transações, superando a marca de 372 operações atingida em 1997, e representando aumento de 30% sobre os 363 negócios de 2005, segundo pesquisa elaborada pela consultoria KPMG.


O desempenho no quarto trimestre também foi recorde, com 131 acordos, ante 111 do mesmo período de 2005, que representava até então a melhor marca em quarto trimestre.


“As fusões e aquisições tiveram uma curva de crescimento significativo ao longo de 2006, projetando continuidade desta movimentação intensa para 2007”, afirmou André Castello Branco, sócio de Corporate Finance (Finanças Corporativas) da KPMG.


As operações cross border, ou seja, entre empresas brasileiras e estrangeiras mantiveram a liderança, representando 61% do total das operações em 2006, enquanto as transações de fusões e aquisições domésticas responderam pelos 39% restantes.


A KPMG registrou 115 fusões e aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras no ano passado, um crescimento de 29% em relação a 2005. Porém, chamou a atenção da consultoria o crescimento na compra de companhias estrangeiras por brasileiras, que avançou 118%, para 96 transações.


Entre elas estão a aquisição da canadense Inco pela Vale; a compra da americana Wheeling Pittsburgh pela CSN; a Lupatec comprando a Worsester, da Argentina; e a Gerdau adquirindo a Pacific Coast Steel, nos EUA, a SiderPerú, no Peru, e a GSB , na Espanha.


“Houve aumento expressivo de empresas brasileiras comprando estrangeiras que atuam no Brasil e também comprando companhias fora do país”, comentou Castello Branco.


Necessidade de expansão


O executivo da KPMG apontou três motivos para a maior demanda de aquisições pelas companhias nacionais: a necessidade de expansão para atuar em nível mundial; o processo de consolidação de alguns setores, tanto no Brasil como no exterior; e a estabilidade macroeconômica, que barateou o custo de captação das companhias.


“As companhias brasileiras cresceram porque ganharam musculatura. Os grupos tiveram necessidade crescer lá fora e passaram a captar no exterior a custos compatíveis com grandes corporações, viabilizando as aquisições”, disse.


Em 2006, a maioria dos negócios aconteceu entre companhias energéticas (61 transações), seguida por empresas de tecnologia da informação (46), alimentos, bebidas e tabaco (43) e metalurgia e Siderurgia (40).


O quarto trimestre, especificamente, foi muito positivo para os segmentos siderurgia e metalurgia, com 14 transações, tecnologia da informação (13); alimentos, bebidas e fumo (12); e energia (9). “Os dois principais motivos para o aumento no número de transações nos últimos três meses de 2006 foram a globalização, no caso do ramo de siderurgia, e a consolidação de alguns setores, como o de tecnologia e de alimentos.”


Castello Branco disse que o movimento mostra o fortalecimento das companhias brasileiras e sinaliza que o processo de consolidação deverá prosseguir com intensidade neste ano, especialmente nos setores de energia, alimentos (que inclui açúcar e álcool), tecnologia e siderurgia (que inclui mineração, construção, metalurgia, autopeças e indústria de base).


Marco regulatório


Em energia, ele espera continuidade na reorganização em função do novo marco regulatório do setor, com diversas aquisições na área de geração, especialmente as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).No setor de alimentos, o destaque deverá ser o segmento sucroalcooleiro. “Há diversas aquisições de usinas de açúcar e álcool em andamento. É um segmento com perspectivas muito positivas, que vem chamando a atenção dos estrangeiros.”


Na siderurgia, o executivo destaca a forte expansão do segmento de construção civil e o avanço da indústria de base, por conta do crescimento econômico. Deve prosseguir a consolidação das grandes siderúrgicas. “A CSN está dando passo grande com a possível compra da Corus. É setor muito competitivo em nível mundial.


Os brasileiros são obrigados a mexer-se para não serem comprados pelas siderúrgicas estrangeiras”, lembrou. Recentemente, a indiana Mittal comprou a européia Arcelor, que controla a Arcelor Brasil – empresa que reuniu CST, Belgo Mineira e Vega do Sul – e a Acesita.


O sócio da KPMG aposta na área de tecnologia, setor que vem se expandindo rapidamente, mas que ainda é muito pulverizado.


“É setor que contribui para o número de fusões e aquisições. Geralmente, as grandes companhias saem comprando três ou quatro pequenas firmas de uma vez só. Há um grande potencial de consolidação”, disse ele.


 




 

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