São Paulo supera o Rio em receita de turismo

Compartilhe:

Apesar de o Brasil ser conhecido mundialmente pelas praias nordestinas e pelo Rio de Janeiro, é São Paulo que responde pela maior geração de receita bruta de serviços ligados ao turismo. Estudo inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, do movimento de R$ 76 bilhões registrado pelas atividades turísticas em 2003, São Paulo foi responsável por 43,38%. Em seguida está o Rio, com 20,15%.

Apesar de o Brasil ser conhecido mundialmente pelas praias nordestinas e pelo Rio de Janeiro, é São Paulo que responde pela maior geração de receita bruta de serviços ligados ao turismo. Estudo inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, do movimento de R$ 76 bilhões registrado pelas atividades turísticas em 2003, São Paulo foi responsável por 43,38%. Em seguida está o Rio, com 20,15%. A Bahia só aparece na sexta posição, atrás de destinos como Rio Grande do Sul, Minas e Paraná.


São Paulo também emprega a maioria da mão-de-obra de atividades vinculadas ao turismo, com 35,12% de um contingente de 2 milhões de trabalhadores. O Estado responde pelo maior volume de pagamento de salários, com participação de 41,28% e recebeu 27,78% dos gastos das famílias brasileiras com viagens não rotineiras, ou R$ 4,7 bilhões de um total de R$ 17 bi desembolsados em 2003.


“São Paulo é uma potência turística, não só econômica e industrial. Se fosse um país, seria o segundo maior da América do Sul”, disse o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia. Segundo ele, São Paulo também é o maior emissor de turismo em todo o País. De cada sete turistas que vão para o Nordeste, cinco ou seis são paulistas.


É o primeiro estudo sobre o setor, uma preparação para um futuro cálculo do PIB do turismo, o que deverá se tornar realidade em 2008, revelou Mares Guia. Para essa primeira amostragem foram usadas três pesquisas estruturais com informações de 2003, numa iniciativa do Ministério do Turismo, IBGE e Embratur.


Da receita bruta total das atividades ligadas ao turismo, R$ 31,1 bilhões são lucro, impostos e pagamentos de salários, ou 2,2% do R$ 1,3 trilhão que a economia brasileira gerou de valor agregado em 2003. “Em termos conjunturais, os dados são defasados. Em termos estruturais, as modificações que podem ter ocorrido são marginais, não significativas”, disse o técnico da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Guilherme Telles. Em 2003, conforme a Pesquisa Anual de Serviços do IBGE, havia 352.224 empresas vinculadas à atividade turística.


Deste universo, 97,2% eram de pequeno porte e o restante grandes. A proporção é diferente na geração de receita operacional líquida, já que as pequenas contribuíram com 26,3%. A participação no total de pessoal ocupado era de 60,6% para as companhias menores e de 39,4% para as maiores. Já no pagamento de salários a fatia das pequenas foi de 35,8%. “Em todos os estados essa estrutura se repete”, disse Telles.


Segundo o presidente em exercício da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Carlos Alberto Amorim Ferreira, desde 2003, com o aprimoramento da tecnologia e a facilidade da internet, agências de viagem de médio porte migraram para pequeno porte.


Curiosamente, o levantamento do IBGE apurou um comportamento das famílias brasileiras que se repetiu recentemente por causa da crise do setor aéreo. Pela pesquisa, o maior gasto das famílias foi com combustível de veículo (24,69%), seguido por alimentação (22,03%) e ônibus intermunicipal (10,35%). De setembro a novembro de 2006, auge da crise aérea, a Autoviação 1001 registrou crescimento de 25% no transporte rodoviário de passageiros. Segundo o diretor da Embratur, José Francisco Sales Lopes, só a crise da Varig custou a perda de 1,2 milhão de assentos em vôos internacionais. Como as demais empresas criaram 720 mil assentos, a perda total foi de 400 mil.


 

Leia mais

Rolar para cima