A balança comercial registrou um superávit de US$ 2,493 bilhões em janeiro, 11,6% menor que o do mesmo mês de 2006. O resultado confirma a tendência de manutenção do crescimento das importações em um ritmo maior que o das exportações.
A balança comercial registrou um superávit de US$ 2,493 bilhões em janeiro, 11,6% menor que o do mesmo mês de 2006. O resultado confirma a tendência de manutenção do crescimento das importações em um ritmo maior que o das exportações. “A tendência no Brasil é de que o saldo comercial comece a cair”, afirmou o secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, sem fazer previsões para o superávit deste ano.
Em janeiro, as importações tiveram alta de 31,3%, em relação a janeiro de 2006, totalizando US$ 8,470 bilhões, com média diária de US$ 385 milhões, enquanto que as exportações cresceram 18,3%, somando US$ 10,963 bilhões e atingindo média diária de US$ 498,3 milhões. Apesar do recuo no saldo comercial, exportações e importações foram recordes para meses de janeiro.
Entre as importações, as de bens de consumo subiram 35,3% em janeiro, as de bens de capital, 31,4%, e as de matérias-primas e intermediários, 26,2%. As compras de combustíveis e lubrificantes tiveram alta de 45,4% em relação a janeiro de 2006.
Meziat acredita que o mercado internacional está altamente favorável para os produtos brasileiros e sinalizou que os preços internacionais devem continuar influenciando positivamente o resultado das exportações. Em 2006, a expansão das vendas externas foi sustentada por um aumento de 12,5% nos preços, mas de apenas 3,3% em volume.
Segundo o ministério, importantes produtos da pauta de exportação apresentaram elevação de preços em janeiro. As vendas externas de suco de laranja, por exemplo, subiram 75% em relação a janeiro de 2005, de laminados planos, 58,3%, e de óleo de soja bruto, 44,2%. Em janeiro, também ampliaram-se as vendas para os principais blocos econômicos, com exceção dos Estados Unidos (queda de 0,8% em relação a janeiro de 2006).
Mesmo com o crescimento mais modesto das exportações, a taxa de câmbio, na avaliação do secretário, não é mais um fator impeditivo para as vendas externas. “O real é uma das moedas mais estáveis do mundo, quase não varia, ou seja, as empresas estão assimilando a nova taxa de câmbio e estão voltando ao mercado, buscando a competitividade em outras áreas, como na melhoria dos produtos e na agregação de valor”, disse Meziat.
Embora o número de empresas exportadoras tenha voltado a cair no ano passado, no segundo semestre de 2006, as empresas que entraram no comércio exterior superaram aquelas que saíram. Isso significa uma inversão do quadro verificado em 2005 e no primeiro semestre de 2006. O secretário avalia que a tendência de reversão deve ser mantida em 2007.
Meziat disse que as exportações em janeiro, mês sazonalmente fraco, surpreenderam. O aumento de 18,3% foi superior à meta de expansão para este ano, de 10,5% em relação a 2006.