Mantega ameaça reduzir alíquota de importados

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Ministro nega rumores de que Henrique Meirelles poderia estar demissionário. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que não está preocupado com um eventual forte aumento da demanda interna, ao contrário do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, cujos integrantes mencionaram tal possibilidade para reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic). Em linha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele declarou que há espaço para o crescimento da produção sem pressão inflacionária.

Ministro nega rumores de que Henrique Meirelles poderia estar demissionário. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que não está preocupado com um eventual forte aumento da demanda interna, ao contrário do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, cujos integrantes mencionaram tal possibilidade para reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic). Em linha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele declarou que há espaço para o crescimento da produção sem pressão inflacionária.


Afirmou ainda que, se os empresários decidirem reajustar preços, o governo pode reduzir tarifas de importação. “Não tenho medo de aumento da demanda. O Brasil está preparado para aumentar a oferta”, disse Mantega. “Se algum setor elevar preço, vamos reduzir a tarifa de importação, como já fizemos antes”.


Um dia após reunião com o presidente Lula, Mantega voltou a sair a campo em defesa do presidente do BC, Henrique Meirelles. Apesar da alfinetada no Copom, o ministro negou rumores de que Meirelles estaria demissionário. “Ele está sendo alvo de especulação, não há novidade, nenhuma demissão, a não ser que eu não esteja sabendo”.


O ministro também negou que haja pressão exagerada sobre Meirelles por conta da valorização do real. “No governo, é uma pessoa só (fazendo pressão)” disse, referindo-se ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ontem, Marinho voltou a pedir ao BC a adoção de medidas destinadas a conter a valorização do real. Disse que “o dólar precisa flutuar conforme os interesses do País”.


Marinho tem um histórico de rusgas com o BC. Costuma disparar, preferencialmente, contra um suposto conservadorismo na política monetária e cambial. As mesmas áreas foram alvo de críticas, na terça-feira, do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Sobre a troca de farpas, Mantega lembrou que é normal que o BC faça um papel mais antipático: “Se fosse simpático, agradaria todo mundo e não cumpriria seu papel”, disse ele, outrora crítico feroz dos juros fixados pela equipe do BC.


Também ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, minimizou a importância da recente queda do dólar em relação ao real, ao declarar que “os eventos dos últimos dois dias não podem gerar uma polêmica extraordinária”, segundo informação da BBCBrasil.com.”Para o comércio exterior, o importante é ter previsibilidade no longo prazo”, disse, acrescentando que “o pior momento já passou”. Furlan criticou muito a valorização do real frente ao dólar no início deste movimento, no final de 2004. Deixou, no entanto, de falar sobre o assunto quando a balança continuou superavitária, apesar do fortalecimento da moeda brasileira.


Funcex: importados avançam


Na avaliação do gerente do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), André Rebelo, o governo deveria se preocuopar primeiro em crescer e depois com o que fazer caso haja pressão inflacionária por demanda.


“Lógico que (a redução das alíquotas) é uma medida que agrava ainda mais a situação, mas o câmbio já é hoje o melhor estímulo à entrada de produtos estrangeiros”, disse. Quanto à permanência ou não de Meirelles à frente do BC, ele diz que o presidente da autarquia age de acordo com a política econômica do governo federal.


Boletim divulgado ontem pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostra que a maior parte dos setores produtivos tiveram crescimento tanto nos preços quanto nas quantidades importadas. O destaque ficou com veículos automotores, com alta de 93,6% no valor importado, 13% nos preços e 71,1% no quantum.


 


 


 

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