IPCA cai para 0,44% em janeiro

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A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,44% em janeiro, ante 0,48% em dezembro. Os reajustes nos ônibus urbanos e nos alimentos impediram um recuo mais forte da inflação, que deverá prosseguir em alta em fevereiro. Houve nova redução da taxa apurada em 12 meses, para 2,99% em janeiro, após encerrar 2006 em 3,14%.


O IPCA é referência para a meta de inflação do Banco Central, que este ano é de 4,5%.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,44% em janeiro, ante 0,48% em dezembro. Os reajustes nos ônibus urbanos e nos alimentos impediram um recuo mais forte da inflação, que deverá prosseguir em alta em fevereiro. Houve nova redução da taxa apurada em 12 meses, para 2,99% em janeiro, após encerrar 2006 em 3,14%.


O IPCA é referência para a meta de inflação do Banco Central, que este ano é de 4,5%. A coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, disse que os resultados de janeiro mostram um maior espalhamento de reajustes de preços do que ocorreu em dezembro. “Mas não é caso de alarme, porque a inflação não é generalizada e a alta nos alimentos se explica pontualmente pelo clima.”


Marcela Prada, analista da Tendências Consultoria, também avalia que houve maior espalhamento dos reajustes em janeiro, mas “sem que isso represente uma piora no cenário de inflação”. Segundo ela, as pressões são temporárias, mas atingiram no mês um grande número de itens pesquisados, ao contrário do que ocorreu no mês anterior.


Eulina sublinhou que no último mês do ano passado a inflação foi puxada quase exclusivamente pela região metropolitana de São Paulo – que tem peso de 36% no IPCA -, por causa dos aumentos locais em transportes. Em janeiro, mais regiões pesquisadas mostraram acelerações de alta nos preços, especialmente por causa dos alimentos.


O grupo dos produtos alimentícios, com alta de 0,84%, contribuiu sozinho com 0,17 ponto porcentual da inflação de janeiro. As fortes chuvas do início do ano comprometeram a colheita dos produtos in natura e pressionaram os preços do tomate (27,42%) e das hortaliças (10,33%), muito sensíveis às alterações de clima.


A maior contribuição individual para a taxa do mês ficou novamente com os ônibus urbanos, ainda que o ritmo de alta tenha caído de 4,61% em dezembro para 1,66% em janeiro. Outra pressão importante foi dada pelo álcool (7,23%). As principais influências negativas ficaram por conta da gasolina (-0,57%) e dos artigos de vestuário (-0,19%).


Para o IPCA de fevereiro, Eulina espera “uma taxa com pressões fortes, importantes”. Segundo ela, a inflação do mês terá “impacto relativamente forte” dos ônibus urbanos, que pressionaram o IPCA em dezembro e janeiro e voltarão à carga em fevereiro com os reajustes nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre.


Eulina acredita que a pressão do álcool também persistirá já que, mesmo com as recentes quedas nos preços do produto no atacado, ainda haverá “resquícios” no varejo. Além disso, ela sublinha que é possível que a gasolina, cujos preços vêm caindo, tenha alta em fevereiro, já que conta com 23% de álcool na sua composição.


Outro item que representará uma forte influência na inflação medida pelo IBGE em fevereiro será educação, já que o instituto computa toda a alta das mensalidades escolares no segundo mês do ano. Há ainda o caso dos alimentos, cujo comportamento, como depende do clima, é imprevisível.


Câmbio


Também não é possível, segundo Eulina, antever se a continuidade na queda do dólar – “o grande atenuador da inflação” no ano passado – prosseguirá com fortes influências sobre o IPCA em 2007.


“Será que 2006 absorveu todos os efeitos de um câmbio mais baixo ou esse efeito seria infinito? É preciso um período maior (para checar o efeito), as próximas taxas é que vão mostrar”, afirmou a coordenadora do IBGE.

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