Crédito para pequenos ficará mais barato

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Ficará mais fácil e mais barato para as pequenas e médias empresas conseguirem crédito este ano. A trajetória descendente da taxa básica de juros torna o crédito mais barato e colabora para a expansão desse segmento. Em 2006 a carteira de crédito para pequenas e médias empresas dos bancos cresceu e para 2007, as projeções também são positivas. Segundos dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média mensal do crédito para pessoa jurídica deve terminar 2007 a 3,8%.

Ficará mais fácil e mais barato para as pequenas e médias empresas conseguirem crédito este ano. A trajetória descendente da taxa básica de juros torna o crédito mais barato e colabora para a expansão desse segmento. Em 2006 a carteira de crédito para pequenas e médias empresas dos bancos cresceu e para 2007, as projeções também são positivas. Segundos dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média mensal do crédito para pessoa jurídica deve terminar 2007 a 3,8%. Em dezembro de 2006 a taxa média mensal foi de 4,19%, a menor desde dezembro de 2001.


“A tendência é de que as taxas caiam, o volume do crédito aumente e a concorrência fique mais acirrada, o que beneficia os clientes”, explicou Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac. A queda da taxa básica de juros levará a uma redução na margem cobrada pelos bancos, fazendo com que os empréstimos corporativos reduzam seus custos gerais. “2007 será um ano promissor para as operações de crédito para as pequenas e médias empresas”, disse Milton Bardini, vice-presidente do Bic Banco, instituição financeira especializada em crédito para empresas de médio porte.


A queda da Selic instiga as instituições financeiras a buscar o crédito como fonte de lucro básico. A conseqüência disto é o aumento do volume de crédito e da concorrência, o que torna as taxas mais baratas. No entanto, o vice-presidente da Anefac afirma que a redução das taxas se dará lentamente, assim como a queda da taxa básica de juros. “Em 2006 já houve uma queda das taxas de juros para pessoa jurídica. A perspectiva é de que em 2007 o recuo seja ainda maior, mas o processo será lento”.


Risco menor. Outro ponto favorável para o crescimento do crédito para pessoas jurídicas em 2007 é a queda do risco Brasil. “Com a redução do risco País, em tese, o custo dos empréstimos que as instituições financeiras tomam no exterior é reduzido, o que colabora para a queda interna”, completou Bardini, do Bic Banco. A instituição espera um incremento de, no mínimo, 30% na carteira de crédito para 2007.


A forte liquidez mundial é um dos fatores que também impulsiona o crescimento do setor de crédito. O que falta, segundo o vice-presidente do Bic Banco, é que os pequenos e médios empresários se animem para tomar mais crédito. Para isso é preciso que eles acreditem no crescimento do País.


A expectativa de queda na taxa de juros dos Estados Unidos também contribui para a redução da Selic e impulsiona a tomada de crédito. “Se a queda da taxa de juros dos Estados Unidos se confirmar no próximo semestre, a liquidez mundial aumentará. Isso tende a baratear ainda mais o crédito”, explicou Hélio França, professor do Ibmec.


As instituições financeiras buscam facilitar a tomada de crédito para os pequenos e médios empresários. As grandes empresas, além de conseguir crédito através do BNDES, têm buscado outras formas de capitalização no mercado financeiro, como a emissão de debêntures. No passado, os bancos não investiam especificamente na área de crédito para pequenas e médias empresas. Hoje, as instituições financeiras perceberam que este pode ser um grande filão. A queda da taxa de juros e o surgimento de novos produtos de crédito dão fôlego ao segmento.


Fontes de consultas mais seguras também facilitam a liberação de crédito para as empresas. “Hoje temos um sistema mais completo de informações”, ressaltou Carlos Ronaldo Ferreira, superintendente executivo do segmento de pessoa jurídica do Banco ABN Amro Real. “A carteira de crédito para pessoa jurídica cresceu 40% em 2006. A expectativa é de que em 2007 a carteira aumente em, pelo menos, 30%”, disse.


A previsão do HSBC também é de um incremento de 30% para as operações de crédito para pessoa jurídica. Em 2006, o crédito cresceu 25%. Hoje, a instituição financeira tem cerca de 300 mil clientes pessoa jurídica. Para alcançar o incremento desejado em 2007, o HSBC aposta em uma diversificação de serviços oferecidos para o cliente e em novas segmentações dentro das classificações de pequenas e médias empresas. “Buscamos assim atender cada faixa de maneira especializada, como uma consultoria, com atendimento especializado em determinadas necessidades”, explicou Odair Dutra, diretor de Pequenas e Microempresas do HSBC.


Segundo dados da Anefac, o volume de crédito em 2007 deverá aumentar 25%. As linhas de crédito mais procuradas pelas empresas são as de capital de giro e de descontos de recebíveis. A taxa de juros mais cara é a da linha de crédito de conta garantida (cheque especial para as empresas), onde não há garantia para as instituições financeiras, com 5,44% em dezembro do ano passado. A taxa ano foi de 88,83%. A taxa para capital de giro foi de 4% em dezembro – a menor desde abril de 2004 – e 60,10% ao ano; desconto de duplicatas foi de 3,59% em dezembro – a menor desde março de 2002 – e 52,69% ao ano; a taxa para desconto de cheques terminou dezembro em 3,73% e 55,19% ao ano. “O preço do crédito está diretamente atrelado ao risco de inadimplência. Para quem oferece menores riscos, o crédito sem dúvida ficará mais barato em 2007”, completou Ferreira.


Especulação. Os empresários com maior tempo de estrada lembram que muitas vezes foram obrigados a especular na ponta devedora. Um gerente de agência que atendia a dois deles explica que a maior parte fica esperando a hora certa para trocar duplicatas, promissórias e até pré-datados por dinheiro.


“Quem tem mais experiência prefere optar por operações já com taxas prontas. Sabem quanto vão pagar e em que data. Fogem das operações com juros flutuantes, que podem ser alongadas, como as contas garantidas”, disse o gerente. O risco nestas operações, admitem os gerentes, é bem elevado.

  

 


 


 

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