Os estoques das dívidas interna e externa reduziram-se em janeiro, efeito decorrente de um mês marcado por resgates líquidos superiores ao pagamento de juros. Segundo o novo relatório que o Tesouro divulgou ontem, o estoque da Dívida Pública Mobiliária federal interna (DPMFi), baixou 0,51% sobre dezembro, chegando a R$ 1,087 trilhão.
Os estoques das dívidas interna e externa reduziram-se em janeiro, efeito decorrente de um mês marcado por resgates líquidos superiores ao pagamento de juros. Segundo o novo relatório que o Tesouro divulgou ontem, o estoque da Dívida Pública Mobiliária federal interna (DPMFi), baixou 0,51% sobre dezembro, chegando a R$ 1,087 trilhão. O total da Dívida Pública Federal externa (DPFe), chegou a R$ 140,53 bilhões em janeiro, o que representa queda de 2,03% sobre o mês anterior.
Somando-se as duas dívidas, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) foi de R$ 1,228 trilhão em janeiro, valor 0,69% menor que o de dezembro. O pagamento de juros da DPMFi foi de R$ 12,59 bilhões no mês passado, o que corresponde a 1,02% do estoque. No lado da DPFe, a apreciação cambial no período provocou um efeito positivo de R$ 66 milhões nos juros.
O coordenador-geral de Operações da Dívida, Ronnie Tavares, explicou que janeiro é um dos meses “cabeça de trimestre”, o que significa grande concentração de vencimento de títulos prefixados na DPMFi. Portanto, não há rolagem integral da dívida “para não pressionar o mercado”. Nesses meses, portanto, é esperada a queda da participação de prefixados, o que pode, temporariamente, piorar a composição da DPMFi.
O relatório do Tesouro também informou que, em janeiro, a parte dos títulos ligados à Selic aumentou de 37,83% (dezembro) para 38,9%. E o percentual dos papéis prefixados caiu de 36,13% para 34,53%. Os títulos remunerados pela variação de índice de preços aumentou de 22,54% para 23,05%. A fatia ligada ao câmbio permaneceu estável em 1,3% do estoque.
A parcela de curtíssimo prazo da DPMFi, vencendo em até 12 meses, aumentou de 35,67% (dezembro) para 36,86% em janeiro, o que corresponde a R$ 401,01 bilhões. Tavares reconheceu que isso “ainda é elevado”. Mas no lado da dívida externa, o coordenador procurou ressaltar que a parte curta vem sendo reduzida. Baixou de 7,61%, em dezembro, para 6,6% em janeiro. Mas o Tesouro aumentou a parcela com vencimento acima de cinco anos na DPFe. Ela chegou a 69,86% em janeiro.
O prazo médio das emissões da DPMFi, em janeiro, caiu para 28,47 meses. Em dezembro, foi de 36,40 meses. Na composição da DPFe em janeiro, os papéis denominados em dólar representam 83,27% do total (R$ 117,01 bilhões). Em seguida, vêm os títulos em euros, com 10,91%. Os bônus em reais são 4,6% (R$ 6,46 bilhões) do estoque da dívida externa.
De acordo com o relatório do Tesouro, as emissões da DPMFi, em janeiro, foram de R$ 50,91 bilhões. Dessas emissões feitas no mês passado, R$ 39,9 bilhões (78,3%) de prefixados, R$ 7,6 bilhões (14,8%) indexados à Selic e R$ 3,4 bilhões (6,8%) de títulos remunerados por índice de preços. Os resgates feitos pelo Tesouro, em janeiro, foram de R$ 69,1 bilhões. Desse total, R$ 57,6 bilhões foram referentes aos vencimentos do mês e R$ 11,4 bilhões de operações de compra e troca. As LTNs, títulos prefixados, representaram 88,6% (R$ 51,1 bilhões) desses vencimentos do mês passado.
As operações do programa Tesouro Direto, em janeiro, teve vendas de R$ 114,7 milhões, recorde mensal desde a sua criação, em janeiro de 2002. O título mais procurado foi a LTN, o que significa 40,6% das vendas. Em seguida, vieram a NTN-B (26,7%) e LFT (18,7%). Também foi batido o recorde de investidores cadastrados em um único mês: 3.081 pessoas. Desde o início do Tesouro Direto, já foram cadastrados 76.279 investidores.
Em janeiro, o Tesouro Direto registrou estoque de R$ 1,09 bilhão em títulos. Desse volume, 31,84% são LTN, 23,62% são LFT, 17,34% são de NTN-B, 6,97% NTN-B Principal (sem cupom de juros), 11,02% de NTN-C e 9,21% de NTN-F. Tavares explicou que, acompanhando o comportamento dos meses “cabeça de trimestre”, o Tesouro Direto também teve, em janeiro, elevado resgate de prefixados. Os resgates de LTN foram de 62,77 milhões no programa, o que significa 43,34% do total. As LFT têm, no Tesouro Direto, um único vencimento por ano, em janeiro. No mês, foram de R$ 67,55 milhões (46,64%).
Em janeiro, o Tesouro informou que as operações no mercado secundário de títulos tiveram média de R$ 9,4 bilhões e 1.676 operações por dia. A queda em relação a dezembro foi explicada porque o último mês do ano teve movimento muito acima da média, provocado pelo fechamento de balanços, o que aumentou o giro. Em janeiro, ocorreu exatamente o oposto, uma retração. A LTN com vencimento em janeiro de 2009 foi o título mais negociado no secundário, com média diária de R$ 908,6 milhões no mês passado.