Desemprego entre jovens dobra em 10 anos, diz estudo

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A transição dos jovens do sistema educacional para o mundo do trabalho está em crise, segundo o estudo “Situação do jovem no mercado de trabalho no Brasil: um balanço dos últimos 10 anos”, do economista da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann. O trabalho analisa dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A transição dos jovens do sistema educacional para o mundo do trabalho está em crise, segundo o estudo “Situação do jovem no mercado de trabalho no Brasil: um balanço dos últimos 10 anos”, do economista da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann. O trabalho analisa dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal deles mostra que de cada 100 jovens que ingressaram no mercado de trabalho nos últimos 10 anos, 55 ficaram desempregados e apenas 45 encontraram uma ocupação.


No período de 1995 a 2005, o desemprego entre a população jovem, entre 15 e 24 anos, cresceu muito mais do que para as demais faixas etárias. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), do IBGE, registra que, em 2005, a quantidade de jovens sem emprego era quase 107% superior a de 1995. Para o resto da população, o desemprego foi 90,5% superior nos últimos 10 anos.


Números


A expansão do desemprego também foi maior entre os jovens. Variou 70,2% para os jovens (de 11,4% em 1995 para 19,4% em 2005). Para o resto da população economicamente ativa, vaiou 44,2% (de 4,3% para 6,2%). Também segundo o IBGE, a situação do desemprego é pior para as jovens do sexo feminino. Nesse grupo, a taxa de desemprego passou de 14,1% para 25% em dez anos (aumento de 77,4%), enquanto que para a de jovens do sexo feminino a variação foi de 9,7% para 15,3% (aumento de 57,8%). Uma parte importante dos jovens que não trabalha, não estuda e tampouco procura trabalho diz respeito a jovens do sexo feminino. “Muitas vezes o problema está vinculado à gravidez precoce”, explica Pochmann.


Para o economista da Unicamp, o fato de o país ter, em 2005, um desempregado a cada cinco jovens (sendo que de um a cada quatro era do sexo feminino), fez com que o Brasil gerasse menos emprego para o restante da população. O país também não conseguiu manter os jovens empregados por um longo tempo, conclui o pesquisador. Hoje ele (o jovem) consegue alguma ocupação, algum bico, estágio, mas no momento seguinte ele volta a estar desempregado.


 

 


 


 

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