Novo cálculo vai detalhar mais a economia informal

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Os quatro segmentos do setor de serviços que serão mais afetados pelas mudanças na metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cujos primeiros resultados serão conhecidos a partir do dia 21 deste mês – representam no conjunto mais de um terço do peso total do produto.

Os quatro segmentos do setor de serviços que serão mais afetados pelas mudanças na metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cujos primeiros resultados serão conhecidos a partir do dia 21 deste mês – representam no conjunto mais de um terço do peso total do produto. Por isso, podem ocorrer mudanças significativas nos números já conhecidos. 


Administração pública (de 15% a 16% do PIB), atividades imobiliárias e aluguel (cerca de 10%), intermediação financeira, seguros e previdência complementar (6%) e serviços de informação (3%) serão as principais atividades afetadas pela reformulação pela qual passará o cálculo das Contas Nacionais. 


Além disso, a incorporação de novos dados dará ao IBGE condições de divulgar em separado o PIB da economia informal, com base na atividade econômica familiar. O IBGE poderá também desagregar a produção da chamada produção não mercantil, que até agora foi englobada dentro do consumo das famílias. Essa rubrica reúne a produção de instituições como igrejas, organizações não-governamentais (ONGs), universidades, partidos políticos e outras. 


Em seminário de atualização para jornalistas, o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, mostrou também que, embora os números do PIB sempre tenham sido sujeitos a revisões por conta da incorporação de novos dados, a partir de agora o caráter provisório dos números, tanto de volume como de valor, vai demorar praticamente dois anos, até que sejam incorporados os dados das pesquisas anuais do IBGE, como a da indústria (PAI), do Comércio (PAC) e a da construção (PAIC). 


No dia 21, o IBGE divulga uma nova série do PIB, calculada pela nova metodologia, de 1995 a 2005. Como as pesquisas anuais referentes a 2005 ainda não foram concluídas, o número daquele ano será provisório até novembro deste ano, quando será conhecido o número definitivo, tanto do crescimento quanto do valor em reais, uma vez que as pesquisas trazem dados precisos do faturamento de cada setor. Como se trata da incorporação de dados muito expressivos, e como a experiência é nova, não será surpresa se os números divulgados quase dois anos depois forem muito diferentes dos primeiros. O PIB de 2006 pela nova metodologia sai no dia 28. 


No setor de serviços, que corresponde a quase 60% do PIB, a mensuração dos serviços da administração pública, que representam cerca de 70% da atividade do setor público para efeitos de PIB (os outros 30% ficam com educação e saúde pública) vai sofrer enorme mudança. Além de passar a medir a remuneração do setor público com base na variação do pessoal ocupado e não mais na taxa de crescimento populacional, que tornará o número mais volátil, o IBGE incorporou ao cálculo consumo de capital fixo, em outras palavras, a depreciação, pelo uso, do patrimônio do Estado. 


Na atividade imobiliária e de aluguel, o IBGE vai utilizar dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para, com base na qualidade dos domicílios efetivamente alugados, medir o hipotético valor do aluguel que é imputado aos imóveis próprios. É dessa forma que o IBGE mede o consumo com moradia das famílias que têm imóveis próprios. É de esperar que no primeiro momento o consumo com aluguéis aumente no cálculo do PIB. 


Os serviços de informação, que até agora resumiam-se às telecomunicações, passam a incorporar, além de rádio, TV, cinema a agências de notícias, todo o arsenal das modernas comunicações, como consultoria de hardware, de software, processamento de dados e serviços de informação on line. 


 


 


 

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