Os gastos dos brasileiros com viagens internacionais atingiram o recorde de US$ 6,003 bilhões no período de 12 meses terminado em fevereiro. Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, o aumento das despesas com viagens ao exterior é uma decorrência do aumento da renda da população e da taxa de câmbio mais favorável ao turismo internacional.
Os gastos dos brasileiros com viagens internacionais atingiram o recorde de US$ 6,003 bilhões no período de 12 meses terminado em fevereiro. Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, o aumento das despesas com viagens ao exterior é uma decorrência do aumento da renda da população e da taxa de câmbio mais favorável ao turismo internacional. Em fevereiro, as viagens de brasileiros para fora do País geraram uma despesa de US$ 498 milhões e atingiram o nível mais elevado para meses de fevereiro da série do BC, iniciada em 1947.
Por outro lado, as receitas geradas pelos estrangeiros em viagens ao Brasil também subiram e alcançaram o recorde de US$ 4,452 bilhões em 12 meses até fevereiro. “Isso é uma conseqüência da melhora da nossa infra-estrutura turística”, avaliou Altamir. No mês de fevereiro, as receitas também aumentaram e atingiram os US$ 414 milhões, melhor resultado para meses de fevereiro.
Para o diretor de Estudos e Pesquisas da Embratur, José Francisco de Salles Lopes, o resultado do mês passado é conseqüência de um processo contínuo de crescimento do turismo de estrangeiros no Brasil. “É um desempenho excepcional e confirma a consistência dos últimos resultados alcançados.”
O BC trabalha com a hipótese de que as despesas com viagens, neste ano, devem superar as receitas em cerca de R$ 1,8 bilhão. Neste caso, o resultado será o mais elevado desde 2000, quando as despesas com viagens internacionais ficaram US$ 2,419 bilhões acima das receitas.
O pico histórico foi alcançado em 1996, quando o valor chegou aos US$ 3,598 bilhões. Naquela época, o aumento das despesas com viagens internacionais provocado pelo câmbio fixo foi apontado como um dos motivos do aumento da vulnerabilidade externa do País. “A situação hoje é completamente diferente. Em 1996, o País tinha déficit nas contas externas. O que temos hoje são repetidos superávits em conta corrente”, disse uma fonte da área econômica do governo.
Neste mês, o chefe do Depec disse que os números parciais até o dia 23 indicavam que as despesas com viagens internacionais estavam em US$ 355 milhões. A entrada de turistas estrangeiros no Brasil, em contrapartida, tinha sido responsável pelo ingresso de US$ 313 milhões.
O aumento da vinda de turistas, de acordo com o chefe do Depec, tem contribuído para elevar o volume de investimentos externos no setor de construção. No primeiro bimestre deste ano, os investimentos neste setor aumentaram dos US$ 13 milhões de 2006 para US$ 101 milhões.