Emprego formal cresce menos

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As empresas brasileiras reduziram o ritmo de contratação de empregados com carteira assinada em fevereiro. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, foram criados 148 mil postos de trabalho no mês passado, número que ficou 16,2% abaixo dos 176,6 mil registrados em fevereiro de 2006.


Com a freada do mês passado, os dados acumulados no primeiro bimestre também foram menores que os de janeiro e fevereiro do ano passado.

As empresas brasileiras reduziram o ritmo de contratação de empregados com carteira assinada em fevereiro. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, foram criados 148 mil postos de trabalho no mês passado, número que ficou 16,2% abaixo dos 176,6 mil registrados em fevereiro de 2006.


Com a freada do mês passado, os dados acumulados no primeiro bimestre também foram menores que os de janeiro e fevereiro do ano passado. O número de contratações superou o de demissões em 253,5 mil, o segundo melhor desempenho do mercado de trabalho para o período na série do Caged iniciada em 1992. Mas o saldo líquido dos empregos formais ficou abaixo dos 263,3 mil novos postos abertos no primeiro bimestre de 2006, recorde da série do Caged para o período.


Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a redução no ritmo de admissões ficou dentro das expectativas do governo e não preocupa. Ele apontou dois fatores para explicar o menor número de contratações em fevereiro em relação ao ano anterior. Segundo ele, houve antecipação de admissões em janeiro em alguns setores da economia, como o de cultivo de cana-de-açúcar.


“No Sudeste, essa atividade está crescendo e, em São Paulo, já há quatro ciclos de safra da cana”, comentou Marinho. O outro fator foi uma “concentração de feiras e eventos turísticos” em janeiro do ano passado, que teria ajudado a elevar as contratações de trabalhadores naquela época.


O Caged é o cadastro oficial de todas as demissões e admissões de empregados feitas pelas empresas por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ficando de fora da estatística a movimentação de empregados domésticos e servidores públicos.


Marinho disse que ainda é cedo para fazer previsões para 2007 sobre o comportamento do mercado de trabalho, afirmando que somente em maio essa avaliação será possível.


Indústria  


Todos os setores da economia contrataram mais do que demitiram em fevereiro. O setor de serviços, que abriu 62,8 mil novas vagas, foi o destaque, seguido da indústria de transformação, que ficou positiva em 30,8 mil novos postos, e a agropecuária, que registrou 21,9 mil.


No bimestre, o melhor desempenho dos três foi coube à indústria (69,9 mil vagas), com o segundo melhor resultado para o período da série do Caged, abaixo apenas do primeiro bimestre de 2004. “Se a indústria de transformação continuar nesse ritmo, certamente vai puxar o crescimento do ano, como ocorreu em 2004”, afirmou Luiz Marinho.


A construção civil, entretanto, teve forte redução no ritmo de contratações no bimestre em relação a 2006, apesar do setor ser um dos que vem mostrando maior dinamismo nos últimos meses. Foram 17,2 mil novos postos neste ano, ante 36,1 mil nos dois primeiros meses de 2006.


Marinho apontou como explicação o menor número de obras públicas sendo tocadas pelos governos (federal, estaduais e municipais) neste início de ano.


“O ano passado era eleitoral e os governos anteciparam para o primeiro semestre a execução de suas obras para não esbarrar nas limitações da lei eleitoral”, disse o ministro. “Isso inflou as contratações. Neste ano, isso não é necessário.” Pela lei, obras públicas não podem ser licitadas nos três anos anteriores à eleição.


 


 


 


 


 

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