Gazeta Mercantil Editoria: Nacional Página: A-5
Em abril, assim como em março, o número de pessoas ocupadas foi de 20,5 milhões. A estabilidade da taxa de desemprego em abril frente a março, informada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está em linha com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho.
Gazeta Mercantil Editoria: Nacional Página: A-5
Em abril, assim como em março, o número de pessoas ocupadas foi de 20,5 milhões. A estabilidade da taxa de desemprego em abril frente a março, informada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está em linha com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho. O desemprego foi mantido em 10,1% da População Economicamente Ativa (PEA) no mês passado e recuou ligeiramente na comparação com abril de 2006, quando foi de 10,4%. O Caged indicou leve alta das contratações formais, de 1,08% em abril, na comparação com março deste ano.
A taxa de desemprego ficou estável nas seis principais regiões metropolitanas do País. Os resultados da pesquisa mensal mostram a manutenção do mesmo número de pessoas ocupadas em março e em abril – 20,5 milhões -, e também do contingente daqueles que estão procurando emprego (2,3 milhões). Praticamente, também não houve alteração no rendimento médio da população ocupada, avaliado em R$ 1.114, em comparação com R$ 1.111,11 verificado em março.
Enquanto para os empregados com carteira assinada o rendimento aumentou 1,8%, refletindo o reajuste no salário mínimo, os trabalhadores por conta própria sofreram redução de 2,7% nos seus ganhos e os sem carteira assinada tiveram perda de 1,5% no poder de compra.
Apesar de estar em linha com os dados do Caged, para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, o quadro de estabilidade frustrou expectativas de redução do desemprego que vinham sendo geradas por causa do cenário econômico positivo, com redução da taxa de juros, câmbio favorável e o lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “O cenário econômico não se aqueceu o suficiente para movimentar o mercado de trabalho, para reduzir a taxa de desocupação, que hoje está em dois dígitos. O ano está frio, não aconteceu ainda o esperado ponto de inflexão. Toda a melhora anunciada no cenário econômico não se refletiu no mercado do trabalho em termos de geração de vagas”, avaliou.
Azeredo ressaltou o fato de não ter sido registrado aumento na média dos rendimentos, mesmo com o reajuste do salário mínimo. “A expectativa era que o aumento do salário mínimo fosse apresentar reflexos no rendimento da população ocupada, até mesmo para os trabalhadores sem carteira assinada, e isso não ocorreu.”
No caso da região metropolitana de São Paulo, maior responsável pela continuidade de desemprego no País com taxa regional de 11,6% em abril, existe inclusive uma tendência de alta no desemprego, segundo Azeredo. “São Paulo não gera postos de trabalho, a desocupação observada em março persiste, e isso de certa forma é preocupante.”
Apesar da taxa de desemprego ter ficado quase inalterada, o rendimento médio dos trabalhadores aumentou 5% e o número de pessoas com carteira de trabalho assinada cresceu 3,9%, na comparação com abril do ano passado. Para o técnico do IBGE, os resultados anuais mostram o avanço na qualificação do trabalho. “Esse é o lado positivo. O mercado de trabalho tem um dever de casa cumprido, que é o aumento da formalização do rendimento da população ocupada.”
Algumas atividades apresentaram expansão do emprego em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado, como a construção, onde o pessoal ocupado cresceu 6,3%, e os serviços prestados a empresas, atividades imobiliárias e intermediações financeiras, que aumentaram em 7,5% o contingente empregado.
O economista do IBGE também apontou a dificuldade, para os jovens, de ingressar no mercado de trabalho como um dos fatores de pressão sobre a taxa de desemprego. Em abril, quase a metade dos desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas tinha entre 16 e 24 anos. Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego são coletados em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.