Para FMI, real valorizado reflete melhora da economia

Compartilhe:

O Estado de São Paulo  Editoria: Economia   Página: B-3


O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Brasil, Max Alier, elogiou ontem a política de juros do Banco Central (BC), que, segundo ele, ‘tem sido bem-sucedida em levar a inflação do Brasil a níveis de países desenvolvidos’. Ao contrário da avaliação de muitos analistas, ele não acredita que os juros elevados são responsáveis pelo grande fluxo de dólares no Brasil.

O Estado de São Paulo  Editoria: Economia   Página: B-3


O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Brasil, Max Alier, elogiou ontem a política de juros do Banco Central (BC), que, segundo ele, ‘tem sido bem-sucedida em levar a inflação do Brasil a níveis de países desenvolvidos’. Ao contrário da avaliação de muitos analistas, ele não acredita que os juros elevados são responsáveis pelo grande fluxo de dólares no Brasil. ‘A apreciação do câmbio reflete a melhora nos fundamentos da economia’, disse Alier, depois de um encontro de uma missão do FMI com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.


Na sua avaliação, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, continuará focando suas decisões sobre novos cortes dos juros olhando dados como o comportamento da inflação. À pergunta sobre se o BC não deveria acelerar a queda dos juros, Alier respondeu que ‘o Copom tem melhores informações para decidir’ sobre o assunto do que o FMI.


Segundo ele, a missão do Fundo, que encerrou ontem sua visita de quase duas semanas ao Brasil, volta a Washington com uma avaliação muito positiva do País. Para Alier, os fundamentos econômicos estão sólidos. Ele destacou o crescimento das exportações, o aumento dos investimentos estrangeiros diretos, a queda da dívida pública e a melhora da sua composição, além da queda do risco país, que mede o grau de risco de investimentos no Brasil.


‘As agências de rating (classificação de risco) têm reconhecido esses avanços e dado upgrades (melhora na classificação) para o Brasil e, evidentemente, todos esses eventos favoráveis levam à entrada de investidores no Brasil’, disse.


Ele atribui ainda o aumento do fluxo de dólares no País nos últimos meses à melhora nas perspectivas de crescimento da economia brasileira neste ano. Mas o FMI mantém a sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 4,5% para 2007. ‘Em junho, quando sair o novo dado do PIB do primeiro trimestre, poderemos revisar a projeção, mas, por enquanto, ficamos com 4,5%’, disse o representante do Fundo.


Alier afirmou, ainda, que o Brasil tem levado adiante ‘uma agenda interessante de reformas’. Ele elogiou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, segundo ele, é ‘expressivo’, e a criação do Fórum da Previdência, que debate fórmulas de superar os problemas na Previdência Social. ‘No fórum, o governo está levando adiante uma discussão com a sociedade sobre quais reformas precisam ser feitas. Acho que é um processo interessante de discussão para formar um consenso do que precisa ser feito’, disse.


Lembrou, também, que o governo tem manifestado a intenção de realizar uma reforma tributária. ‘Nós achamos essas iniciativas muito positivas. Claro que reformas não se fazem da noite para o dia, mas, dentro do processo democrático, o Brasil está levando para frente uma agenda interessante de reformas’, concluiu.


A missão também esteve reunida ontem com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.


 


 

Leia mais

Rolar para cima