A Competitividade nos Setores de Comércio, de Serviços e do Turismo no Brasil: Perspectivas até 2015

Apresentação
O estudo “A Competitividade nos Setores de Comércio, de Serviços e do Turismo no Brasil: Perspectivas até 2015” é resultado da parceria entre a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, com o objetivo de traçar uma agenda para nortear a formulação de políticas, ações e estratégias que estimulem o crescimento e o fortalecimento destes setores, bem assim para possibilitar uma inserção mais competitiva das empresas de comércio, de serviços e do turismo nos ambientes doméstico e internacional e, ainda, contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável do País. A iniciativa partiu da constatação de que, apesar da crescente importância do setor terciário na economia, tanto como fornecedor direto, quanto como elo entre as diferentes etapas da cadeia de produção, o mesmo carecia de estudos mais aprofundados, que permitissem, a partir de uma visão estratégica de longo prazo, consolidá-lo como um grande protagonista do desenvolvimento produtivo brasileiro. No sentido de preencher esta lacuna teve início, em novembro de 2006, um extenso trabalho de pesquisa realizado pela Tendências Consultoria Integrada, que contou com uma ampla e qualificada equipe de consultores, além da colaboração de líderes empresariais do setor, formuladores de políticas públicas e diversos outros agentes da área pública e privada, por meio de entrevistas e questionários. Para discussão e crítica aos trabalhos, foram realizados cinco encontros, nas diferentes regiões do País, mobilizando cerca de 290 participantes. Os três primeiros tiveram por objetivo apresentar o diagnóstico do funcionamento dos setores do comércio, serviços e turismo, assim como as principais tendências desses setores. Um outro encontro, em Brasília, discutiu problemas e desafios específicos das micro e pequenas empresas. O último encontro reuniu representantes da CNC e do SEBRAE e convidados de diversas instituições, inclusive governamentais, para a avaliação de objetivos, metas, propostas e ações definidas para a melhoria da inserção dos setores do comércio, serviços e turismo na economia. Estas propostas de ações, apresentadas no documento “Agenda de Propostas e Ações” permitiram uma ampla discussão sobre os temas tratados, com a apresentação de críticas e sugestões pelos participantes. Ao longo do estudo, foram utilizados dados quantitativos de diversas fontes públicas, com destaque para o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que, mediante pesquisas anuais abrangentes acompanha esses setores, além de informações qualitativas obtidas em fontes secundárias, como livros e artigos acadêmicos, associações de empresas, organizações governamentais e outras entidades. A primeira etapa do trabalho consistiu na elaboração de um diagnóstico sobre o funcionamento das atividades do comércio, serviços e turismo, com o objetivo de delimitar sua inserção na economia brasileira, seus elementos dinâmicos, principais tendências, interação com os demais setores da economia e os entraves ao seu crescimento. Especial atenção foi dada às micro e pequenas empresas (MPE), com uma ampla discussão sobre os condicionantes, dinâmica atual, tendências mais acentuadas, os principais problemas enfrentados, bem assim possíveis contribuições para seu desenvolvimento. Além disso, foram analisadas as políticas de estímulo e fortalecimento das MPE, tanto no âmbito internacional, quanto no Brasil (Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas). Como o desenvolvimento futuro das atividades do comércio, serviços e turismo depende não apenas dos fatores que impactam diretamente seu atual desempenho, mas também do ambiente institucional brasileiro e dos condicionantes socioeconômicos e políticos, mostrou-se fundamental avaliar a evolução desses elementos nos próximos anos. Nesse sentido, a segunda etapa do estudo consistiu na elaboração de cenário para o desenvolvimento da economia brasileira até 2015. A combinação de modelagem quantitativa com técnicas de elaboração de cenários, aliada a uma análise sobre as recentes mudanças na dinâmica da economia global, das inovações tecnológicas e do processo de reorganização produtiva das empresas, resultou em projeções para as principais variáveis macroeconômicas brasileiras, bem como conclusões consideradas de relevante interesse para as atividades do setor terciário. O cenário elaborado cumpre a função de chamar a atenção para futuros desafios às empresas brasileiras. A partir dessa avaliação, das falhas de mercado e dos entraves identificados na primeira etapa do trabalho, foi desenvolvida uma agenda de ações estratégicas a serem implementadas nos próximos anos, de forma a alterar a estrutura de incentivos microeconômicos e eliminar os principais pontos de estrangulamento que prejudicam o desempenho do setor. As ações propostas são acompanhadas de indicadores quantitativos e qualitativos e metas associadas. Assim, a partir de rotinas de acompanhamento e monitoração, será possível o controle e a avaliação da implementação e efetividade dessas ações, permitindo eventuais correções de rumo e a mensuração dos resultados. Finalmente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, entidade sindical que representa os direitos e interesses de cerca de cinco milhões de empresas do setor terciário no país, enfatizando mais uma vez a construtiva parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, submete à sociedade brasileira, em especial aos líderes empresariais, governo federal, estaduais e municipais, poderes legislativo e judiciário o estudo “A Competitividade nos Setores do Comércio, de Serviços e do Turismo no Brasil – Perspectivas até 2015”, cujos resultados possam não só constituir a agenda de nossa instituição, mas também fornecer subsídios a todos àqueles que queiram propugnar pela criação de um ambiente político, institucional e econômico que favoreça o desempenho desses importantes segmentos da economia nacional.