O Brasil no Século XXI – 2006

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APRESENTAÇÃO
A Confederação Nacional do Comércio, através das reuniões de sua Diretoria e da participação das Federações estaduais, acompanhou de perto, com razoável preocupação, a evolução das atividades econômicas, durante todo o ano de 2006. Os primeiros meses do ano foram marcados por uma forte dose de otimismo, fomentada pelas declaraçõees das autoridades governamentais, que anunciavam, confiantes, previsões de um crescimento de 5% do PIB nacional, diferentemente do que ocorrera em 2005, com taxa de crescimento de apenas 2,3%. No âmbito do sistema comercial, sempre nos posicionamos com relativa cautela, tendo em vista as dificuldades antepostas ao desenvolvimento econômico, principalmente a brutal
carga tributária que asfixia o setor privado produtivo, sem gerar uma correspondente contrapartida na produção de serviços públicos eficientes. É visível a correlação negativa entre o aumento da carga tributária e a negligível expansão do PIB nacional. Durante o ano de 2006, como já vínhamos fazendo em anos anteriores, publicamos, em órgãos na imprensa nacional, vários artigos, advertindo a opinião pública e o Governo, em particular, para os descaminhos da política econômica. O continuado aumento da carga tributária, que atingiu 38,7%, no final deste ano, e também os níveis das taxas de juros reais, os mais altos do mundo, constituíram, ao longo de todo o ano, um empecilho substancial ao crescimento econômico, como procuramos registrar nesta série de pronunciamentos, reunidos em “O Brasil no Século XXI”. É fácil constatar a consistência dos argumentos, que, ao longo dos últimos dez anos, vimos desenvolvendo, para demonstrar a impossibilidade de um crescimento sustentado da economia brasileira, tolhida pelo peso da carga tributária e dos juros, que levam à inadimplência fiscal, à sonegação e ao contrabando e alimentam a burocracia oficial, que gera a economia informal, o desemprego, a corrupção e, até mesmo, a violência urbana. Não é menos perniciosa a violência gerada na zona rural, pela ação subversiva do MST e de outras entidades disfarçadas em pseudo “ONGs” ambientalistas, inclusive associadas a matrizes estrangeiras, como é, segundo a imprensa, o caso da Via Campesina. O ano de 2006, entretanto, ofereceu-nos um substancial elenco de resultados positivos, tal como a continuidade do controle da inflação em nível equiparável às taxas do mercado internacional, o fortalecimento do balanço de pagamentos, com expansão de 16,6% das exportações e a acumulação de um saldo de cerca de US$ 45 bilhões na balança comercial, além da melhoria do mercado de trabalho, com aumento dos níveis de emprego e elevação dos salários reais. É importante destacar, outrossim, a neutralidade dos efeitos da campanha eleitoral sobre as atividades econômicas, que passaram ao largo das mazelas políticas e dos inúmeros processos de corrupção tratados nas CPIs do Congresso Nacional. Por tudo isso, embora permaneçam as preocupações e incertezas derivadas da área política, é justo considerar positivos os resultados alcançados pela economia nacional. E, mais do que isso, assinalar as perspectivas mais favoráveis que nos promete o ano de 2007.

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