A força da iniciativa privada

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Jornal do Commercio  Editoria: Opinião  Página: A-19


O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) demonstra decidida preocupação do governo com o objetivo de aumentar os investimentos, para que a economia nacional alcance patamar compatível com as demandas sociais, aproveitando as boas condições dos mercados interno e externo.


Há consenso generalizado de que temos de crescer, de forma sustentável, pelo menos 5% ao ano, a fim de reduzir o nível de desemprego, gerar mais empregos e melhorar as condições de saúde, educação, saneamento e segurança da popul

Jornal do Commercio  Editoria: Opinião  Página: A-19


O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) demonstra decidida preocupação do governo com o objetivo de aumentar os investimentos, para que a economia nacional alcance patamar compatível com as demandas sociais, aproveitando as boas condições dos mercados interno e externo.


Há consenso generalizado de que temos de crescer, de forma sustentável, pelo menos 5% ao ano, a fim de reduzir o nível de desemprego, gerar mais empregos e melhorar as condições de saúde, educação, saneamento e segurança da população. É preciso acelerar o crescimento para viabilizar os programas sociais e melhorar a distribuição da renda nacional. As demandas sociais são prementes e sem produção e renda não há como atendê-las.


Outrossim, não há como atingir o volume dos investimentos exigidos pelas necessidades nacionais, sem a participação do setor privado, seja com capitais nacionais ou estrangeiros. A capacidade de poupança do setor público no Brasil não é suficiente para garantir os investimentos na infra-estrutura e nem mesmo para manter as modestas taxas de crescimento econômico dos últimos anos.


Ainda assim, mesmo com essas taxas baixas de crescimento – que são conseqüência de custos financeiros e fiscais exagerados e da poderosa cadeia de desestímulo ao investimento privado no País -, temos exemplos, no Brasil, de empresas que superaram essa corrida de obstáculos financeiros, fiscais e institucionais e conseguem crescer muito acima da média do PIB nacional, gerando empregos, renda e receita cambial, dessa forma contribuindo para a melhoria das condições de vida da população.


Um caso emblemático é o da Aracruz Celulose. Um trabalho recente feito pela Fundação Getúlio Vargas revelou que a Aracruz, entre 1998 e 2005, apresentou taxa anual de crescimento da produção de 11,6%, ou seja, cinco vezes a taxa média de crescimento do País (2,3% ao ano). Intitulado “Das árvores aos lares”, o estudo foi proposto pela companhia exatamente para avaliar os efeitos socioeconômicos de sua atuação na economia nacional e nos estados, municípios e cidades onde opera. O trabalho mostra a contribuição da empresa para a geração de riquezas – emprego, renda, impostos e divisas – destacando o seu impacto nos Estados do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul.


Segundo o estudo, que reúne informações dos últimos dez anos, as atividades da Aracruz sustentaram 95,8 mil empregos diretos e indiretos, em 2003, especialmente nos setores florestal, comercial, de transportes e serviços. O relatório aponta, ainda, que em 2005, as exportações da Aracruz produziram US$ 1,005 bilhão de divisas, aproximadamente 0,9% de todas as exportações brasileiras, montante suficiente para pagar todas as nossas importações de trigo, leite e laticínios, carnes e livros.


Nos estados do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo, onde a empresa tem forte atuação, os reflexos da participação socioeconômica da companhia são ainda mais representativos. Segundo o relatório, a participação da empresa no PIB municipal de Guaíba (RS) foi de 13,8% em 2003, ano em que a Aracruz assumiu o controle da unidade. Quanto à participação da companhia no município de Aracruz (ES), onde possui plantios e o complexo fabril de Barra do Riacho, o valor adicionado pela empresa representou 77,1% do PIB municipal, naquele ano.


O relatório demonstra como o investimento privado é capaz de fomentar o desenvolvimento, através da efetiva criação de empregos, geração de impostos e divisas. As medidas propostas pelo Governo no PAC – investimentos públicos em infra-estrutura, remoção de obstáculos administrativos e normativos, aperfeiçoamento do sistema tributário, estímulo ao crédito e financiamento – são relevantes e precisam ser implementadas rapidamente. Mas, acima de tudo, é preciso confiar na capacidade de realização das empresas privadas.




 


 


 




 

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