A inflação sob controle dos últimos anos acabou afetando o desempenho dos supermercados brasileiros, que acumulam queda de quase 4% no faturamento entre 2003 e 2006. Para este ano, entretanto, a perspectiva é de expansão em torno de 4%o, com a recuperação dos preços de alimentos. No ano passado, o faturamento do setor declinou 1,65%, o equivalente a R$ 112 bilhões, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Foi a pior taxa desde 2003 e segue a alta de apenas 0,66% registrada em 2005.
“Apesar de negativos, os números não nos supreenderam.
A inflação sob controle dos últimos anos acabou afetando o desempenho dos supermercados brasileiros, que acumulam queda de quase 4% no faturamento entre 2003 e 2006. Para este ano, entretanto, a perspectiva é de expansão em torno de 4%o, com a recuperação dos preços de alimentos. No ano passado, o faturamento do setor declinou 1,65%, o equivalente a R$ 112 bilhões, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Foi a pior taxa desde 2003 e segue a alta de apenas 0,66% registrada em 2005.
“Apesar de negativos, os números não nos supreenderam. Há tempos estamos falando que o setor tem sofrido com a queda nos preços de alimentos”, disse João Carlos de Oliveira, que deixa o cargo de presidente da Abras neste ano, sendo sucedido por Sussumu Honda.
A Abras previa estabilidade do faturamento em 2006. O ganho dos supermercados teve leitura negativa até o começo do segundo semestre por conta do recuo de preços, sobretudo de alimentos, embora as vendas físicas tenham mantido trajetória de alta.
A inflação vem desacelerando desde 2002, em razão da política monetária apertada e da valorização do real. No ano passado, o país registrou a menor taxa desde 1998 e os alimentos foram a principal razão para a queda.
Segundo Oliveira, 75% dos clientes dos supermercados compram produtos de acordo com o preço e apenas 25% são fiéis a marcas. Apesar da queda do faturamento, o volume de vendas continua subindo. A Abras ainda não tem o dado de venda física de 2006, mas prevê expansão de 5%, nível similar ao de 2005. A previsão para as vendas físicas neste ano também é de um avanço em torno de 5%. Para o faturamento, o prognóstico é de avanço, acompanhando o ritmo do PIB.
“(O faturamento) deve acompanhar o crescimento do PIB, podendo ficar entre 3% e 4%”, afirmou Honda. “A deflação dos alimentos não deve ocorrer mais em 2007. A queda desses preços já atingiu o fundo do poço e isso deve melhorar o faturamento.”
Analistas dizem que os alimentos não devem ter um desempenho tão positivo como em 2006 para a inflação, já que o real não tem muito espaço para valorização e os preços internacionais devem subir com especulações de safras piores no exterior. A previsão do mercado, segundo pesquisa semanal do Banco Central, é de inflação de 4,09% em 2007, acima da leitura de 3,14% do ano passado.Honda também citou a maior oferta de produtos importados, sobretudo da China, como um estímulo às vendas. Como nos últimos anos, o crescimento das vendas do setor deve ser maior entre as classes C e D.
A Abras acrescentou que, em dezembro, as vendas saltaram 31,24% em novembro, mas caíram 0,5 % em relação a igual mês de 2005, em termos reais. “O aumento de 31,24% já era esperado, afinal dezembro conta com as vendas paras as festas de final de ano”, afirmou Oliveira, ponderando que, ainda assim, os supermercados terminaram o ano com estoques.