A maior procura por produtos importados neste fim de ano é resultado não apenas do dólar barato mas da recuperação do consumo doméstico, impulsionado pelo crédito consignado, por benefícios sociais, como o Bolsa Família, e aumento do salário mínimo.
Na avaliação de Paulo Mol, economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria), esses benefícios também facilitaram os crediários, o que contribuiu para o aumento de 41,2% na procura por bens de consumo estrangeiros.
As importações de eletrodomésticos deram um salto.
A maior procura por produtos importados neste fim de ano é resultado não apenas do dólar barato mas da recuperação do consumo doméstico, impulsionado pelo crédito consignado, por benefícios sociais, como o Bolsa Família, e aumento do salário mínimo.
Na avaliação de Paulo Mol, economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria), esses benefícios também facilitaram os crediários, o que contribuiu para o aumento de 41,2% na procura por bens de consumo estrangeiros.
As importações de eletrodomésticos deram um salto. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, até setembro cresceram 346% as importações de fornos de microondas e 239% as compras de aspiradores de pó.
O comércio popular também explodiu. Gustavo Dedivits, da Associação Brasileira dos Importadores de Produtos Populares, diz que o câmbio tem impulsionado a importação. “Em 2005, importamos 120 milhões de produtos e neste ano esperamos importar 200 milhões.”
O dólar fraco também jogou para cima as importações de produtos como carros. Segundo a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), em 2005, até setembro, o país havia importado 57.617 unidades. Neste ano, as compras saltaram para 96.655 carros.
“É normal que alguns setores sofram com a concorrência, mas o resultado é bom para o consumidor, que pode obter produtos melhores e mais baratos, e bom também para as empresas, que acabam se modernizando para competir”, diz Fernando Ribeiro, da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior).
As indústrias de calçados, brinquedos e têxteis estão entre as que mais perderam competitividade devido ao câmbio.
Eduardo Benevides, diretor administrativo da Abrimex (Associação Brasileira dos Importadores de Brinquedos e Produtos Infantis), acha que as importações são necessárias porque a indústria nacional não tem como abastecer o mercado sozinha, mas faz ressalvas. “Durante dez anos houve salvaguardas na forma de cotas para proteger a indústria nacional de brinquedos. Os nacionais são mais caros porque a carga tributária é maior”, afirma.