Brasil é 2º mais atraente para investimento na AL

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O Estado de São Paulo   Editoria: Economia Página: B-7


O Brasil é segundo país mais atrativo para investimentos em infra-estrutura na América Latina, superado apenas pelo Chile, segundo avaliação divulgada ontem pelo Fórum Econômico Mundial. A principal fraqueza brasileira é o marco legal. Esse quesito inclui a eficácia da Justiça, a qualidade da regulação e a ética pública.

O Estado de São Paulo   Editoria: Economia Página: B-7


O Brasil é segundo país mais atrativo para investimentos em infra-estrutura na América Latina, superado apenas pelo Chile, segundo avaliação divulgada ontem pelo Fórum Econômico Mundial. A principal fraqueza brasileira é o marco legal. Esse quesito inclui a eficácia da Justiça, a qualidade da regulação e a ética pública. Falta ao governo e ao setor privado uma visão clara do papel de cada um naqueles investimentos, disse um dos autores do estudo, Julio Estrada, citando queixas de empresários.


O Brasil aparece em penúltimo lugar, numa lista de 12 países, quando se trata da eficiência dos processos judiciais. Quanto à proteção do direito de propriedade, o País fica no quinto posto, abaixo de Chile, Uruguai, Colômbia e México. É o oitavo colocado na eficiência regulatória e na ética pública.


Segundo o relatório, o empresariado tem escassa confiança nos políticos brasileiros. O trabalho menciona o desvio de fundos públicos e, ’em menor extensão’, pagamentos ‘irregulares’ em concorrências como práticas difusas.


A baixa qualidade do sistema educacional e a dificuldade de contratar pessoal estrangeiro são incluídos entre os fatores desestimulantes do investimento privado na infra-estrutura brasileira.


O Chile constitui, segundo o relatório, uma categoria à parte na América Latina. Os outros 11 países cobertos pela pesquisa são divididos em quatro grupos, de acordo com suas características dominantes. Brasil, Colômbia e Peru estão no mesmo grupo e exibem um bom desempenho na maior parte dos oito pilares considerados no estudo.


O Brasil tem a segunda melhor posição quanto ao risco político, só abaixo do Chile, e a terceira quanto ao desenvolvimento do setor financeiro.


A Venezuela aparece na pior posição quanto à ética pública, ao marco legal, à eficácia da Justiça e ao acesso à informação. Em relação ao risco político, só a Bolívia tem pior avaliação que a da Venezuela. A Argentina, em nono lugar na classificação geral, tem baixo desempenho em quase todos os quesitos.


Os fatores considerados no estudo foram os seguintes: 1. ambiente econômico (estabilidade, tamanho de mercado e as perspectivas de crescimento); 2. marco legal; 3. risco político; 4. facilidade de acesso a informação; 5. condições do mercado financeiro; 6. histórico do investimento privado em infra-estrutura nos últimos 15 anos; 7. disposição dos cidadãos de pagar pelos serviços públicos; 8. capacidade do governo para se entender com o setor privado sobre o investimento em infra-estrutura.


Os autores do estudo construíram também um índice negativo de qualidade, para avaliar a distância entre a infra-estrutura da América Latina e a da Alemanha, tomada como padrão.


Nessa lista, a classificação é virada de cabeça para baixo e o Chile aparece em último lugar, na melhor classificação. A Bolívia tem o primeiro posto e o Brasil é o quinto classificado. Sete países, incluídos Guatemala, República Dominicana e El Salvador, foram considerados em melhores condições que as do Brasil, quanto à qualidade da infra-estrutura.


A baixa classificação do Brasil nesse item corresponde, no entanto, a grandes oportunidades de investimentos em estradas, portos, transporte aéreo e eletricidade, segundo os autores do trabalho.


 

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