Brasil registrou recorde em fusões, aquisições e reestruturações em 2006

Compartilhe:

As operações de fusões e aquisições, incluindo ofertas públicas de ações e reestruturações societárias, totalizaram R$ 131,7 bilhões em 2006, no maior volume financeiro registrado desde 2002, ano em que a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) começou a acompanhar essas operações. Os dados se referem somente a operações acima de R$ 20 milhões. O número representa um salto de 237% sobre o volume financeiro registrado no ano passado e teve como destaque a participação das aquisições de empresas estrangeiras por companhias brasileiras.

As operações de fusões e aquisições, incluindo ofertas públicas de ações e reestruturações societárias, totalizaram R$ 131,7 bilhões em 2006, no maior volume financeiro registrado desde 2002, ano em que a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) começou a acompanhar essas operações. Os dados se referem somente a operações acima de R$ 20 milhões. O número representa um salto de 237% sobre o volume financeiro registrado no ano passado e teve como destaque a participação das aquisições de empresas estrangeiras por companhias brasileiras.


Essas operações somaram R$ 53,95 bilhões, ou 67% do total de fusões e aquisições “puras” registradas no levantamento da Anbid, que totalizaram R$ 89,7 bilhões. Mesmo sem os R$ 36 bilhões relativos à operação de compra da canadense Inco pela brasileira Vale do Rio Doce, o número ainda apresenta crescimento significativo (125%) na comparação com 2005.


“As empresas estão investindo dentro de um horizonte de crescimento. E as aquisições são uma maneira acelerada de você se preparar para esse crescimento”, avalia o coordenador da Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid, Luiz Antônio França, sobre o crescimento das operações. “As empresas brasileiras estão se posicionando, com uma estratégia que é rápida e defensiva ao mesmo tempo”, acrescenta, sobre o destaque das aquisições pelas empresas brasileiras.


Considerando somente as operações de fusões e aquisições “puras”, a Anbid registrou operações de R$ 89,7 bilhões contra R$ 20 bilhões no ano passado, em um crescimento de 348% entre os dois anos. As ofertas públicas de ações e reestruturações societárias somaram R$ 42 bilhões em 2006, mais que dobrando (120%) na comparação com 2005. No caso das emissões primárias de ações, a Anbid destacou que, em 16,2% dessas operações, os responsáveis afirmaram que os recursos captados seriam investidos em aquisição de participação acionária.


Metalurgia e siderurgia. O setor de metalurgia e siderurgia foi responsável pela maior parte das operações de fusões e aquisições (incluindo ofertas públicas de ações e reestruturações societárias) registradas em 2006. Segundo levantamento da Anbid, negócios entre empresas do setor representaram 34,05% dos R$ 131,7 bilhões contabilizados para esse ano. Os setores de telecomunicações (incluindo Tecnologia da Informação) e financeiro representaram 16,17% e 10,35% do total, seguidos por aviação e aeronáutica (9,45%) e energia (6,64%). Em 2005, o setor de metalurgia também liderou o levantamento da Anbid, com 21,80% do volume financeiro registrado na época, seguido pelos setores de energia (17,44%) e comércio varejista (13,59%).


No ano passado, a Anbid destacou as operações de aquisição da Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, por R$ 35,8 bilhões; a compra da Corporation Sidenor por Gerdau e Santander pelo valor R$ 1,3 bilhão; a fusão das Lojas Americanas e o site Submarino, por R$ 7 bilhões; a aquisição do BankBoston Brasil pela Itaú Holding, por R$ 4,6 bilhões; e a aquisição da Brasil Ferrovias/Novoeste pela ALL, por R$ 3,4 bilhões.


CREDIT SUISSE


O banco Credit Suisse foi responsável por operações de fusões e aquisições da ordem de R$ 50,67 bilhões em 2006 e liderou o ranking preparado pela Anbid sobre as principais instituições financeiras participantes dessas operações. Nas listas abaixo, a associação levou em conta somente operações encerradas. Na segunda posição, a Anbid destacou o Goldman Sachs, com participação em fusões e aquisições que totalizaram R$ 45,92 bilhões, seguido pelo UBS Pactual (R$ 41,77 bilhões), Santander (R$ 37,45 bilhões) e ABN Amro (R$ 36,97 bilhões).


Considerando operações de reestruturações societárias e ofertas públicas de ações, a liderança coube à Goldman Sachs, que participou de R$ 11,71 bilhões dessas operações registradas em 2006. O banco Merrill Lynch ficou na segunda posição (R$ 7,77 bilhões), seguido pelo Citigroup (R$ 6,22 bilhões), ABN Amro (R$ 3,88 bilhões) e Credit Suisse (R$ 3,14 bilhões).


A Anbid também elaborou rankings considerando o número de operações em que cada instituição financeira se envolveu. Considerando somente fusões e aquisições “puras”, as instituições do grupo Itaú atuaram como consultores de 11 operações, empatados com o Citigroup. Logo abaixo, o Credit Suisse atuou em dez, seguido pelo Goldman Sachs (oito) e ABN Amro (cinco).


No rol de reestruturações societárias e ofertas públicas de ações, o Goldman Sachs participou do maior número de operações no ano passado (quatro), seguido pelo Unibanco (três), ABN Amro (duas), Merrill Lynch (duas) e BES (uma).

Leia mais

Rolar para cima