Candidatos à presidência da Câmara defendem a recuperação da imagem da instituição

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O desafio de se recuperar a imagem pública da Câmara dos Deputados, depois de sucessivas denúncias de irregularidades nos dois últimos anos, foi o principal tema do debate entre os candidatos à presidência da Casa, promovido nesta segunda-feira (29) pela TV Câmara.

O desafio de se recuperar a imagem pública da Câmara dos Deputados, depois de sucessivas denúncias de irregularidades nos dois últimos anos, foi o principal tema do debate entre os candidatos à presidência da Casa, promovido nesta segunda-feira (29) pela TV Câmara. Durante pouco mais de duas horas, os deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) apresentaram, ao vivo, suas propostas para dirigir a Casa nos próximos dois anos.


Atual presidente da Câmara, Rebelo pediu aos deputados que o ajudem a valorizar a Casa, por ele classificada como a “mais democrática e representativa do povo brasileiro”. Chinaglia defendeu a recuperação da “autoridade política” da Câmara, após o desgaste dos últimos anos. E Fruet, ao comentar pesquisa divulgada pela revista Veja sobre a imagem dos políticos brasileiros, anunciou a intenção de “tirar a Câmara das notícias policiais”.


Aldo Rebelo afirmou que praticamente já existe um consenso entre os deputados a respeito do reajuste imediato dos vencimentos dos parlamentares segundo o critério da inflação ocorrida desde o último reajuste. Ele alertou, porém, para a necessidade de se estabelecer um teto para os vencimentos dos três Poderes da República. Chinaglia, por sua vez, considerou a criação do teto como “uma conquista do povo brasileiro” expressa na Constituição de 1988. Fruet concordou com o reajuste pela inflação, mas lembrou que não há vitaliciedade nos cargos dos parlamentares, ao contrário do que ocorre, por exemplo, no Judiciário. “Mandato não é carreira”, recordou.


A possibilidade de reabertura de processos de cassação de deputados que renunciaram a seus mandatos e obtiveram a reeleição foi admitida pelo atual presidente da Câmara. Ele julgou possível combinar o “respeito às urnas”, que garantiram novos mandatos a esses deputados, ao “respeito ao Regimento Interno”, que abre a possibilidade de uma retomada dos processos de cassação.


Rebelo criticou a possível “concentração de poder” nas mãos do PT, no caso de eleição de Chinaglia.


– Estamos escolhendo o presidente da Casa, não o líder do governo – disse Rebelo.


Em resposta, Chinaglia observou que sua candidatura é “mais ampla do que o PT”. Fruet, por sua vez, alertou que nunca uma eleição para a presidência da Câmara foi acompanhada tão de perto. Ele defendeu um “reencontro da Câmara com a sociedade brasileira”.


Agência Senado, 29 de janeiro de 2007.

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