O mercado brasileiro de cartões de crédito, débito e private labels (de marca própria) deve manter ritmo de crescimento acelerado na próxima década, quando seu faturamento pode ultrapassar os R$ 600 milhões. As projeções foram feitas durante a abertura ontem, em São Paulo, da conferência Cartões & Meios de Pagamento 2007, promovida pela International Quality & Productivity Center Brasil. O evento, que termina amanhã, reúne executivos das principais bandeiras atuantes no país em um debate com foco na expansão do meio eletrônico para a baixa renda.
O mercado brasileiro de cartões de crédito, débito e private labels (de marca própria) deve manter ritmo de crescimento acelerado na próxima década, quando seu faturamento pode ultrapassar os R$ 600 milhões. As projeções foram feitas durante a abertura ontem, em São Paulo, da conferência Cartões & Meios de Pagamento 2007, promovida pela International Quality & Productivity Center Brasil. O evento, que termina amanhã, reúne executivos das principais bandeiras atuantes no país em um debate com foco na expansão do meio eletrônico para a baixa renda. “Há muito mercado para conquistar ainda”, diz o consultor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Nuham Szprinc.
Na sua avaliação, a receita prevista será alcançada facilmente se o crescimento continuar a taxas superiores a 20% ao ano e a oferta de crédito pelos bancos aumentar com a adoção de novas formas de cadastro e a redução da taxa de juros. Movimento que ajudaria a popularização entre os consumidores de menor poder aquisitivo. Dados do estudo Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, do Itaú, apontam que o faturamento do setor foi de R$ 244,3 bilhões em 2006.
Opinião semelhante tem o diretor de marketing de cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon. Para ele, além das facilidades do pagamento eletrônico, o bom desempenho do setor tem origem na crescente aceitação doos cartões nos estabelecimentos. “O mercado conta com planos adequados às necessidades de cada perfil”, afirma.
Para o diretor-geral de cartões da American Express, Marcelo de Araújo Noronha, boa parte da expansão dos últimos anos só foi possível com o aumento da oferta de cartões private labels por redes varejistas e supermercados. Ele informa que dos 112 milhões destes plásticos, 81% são de lojas como a C&A – detentora de 16 milhões de cartões em uso. Os 19% restantes são de supermercados como o Carrefour, com 5,7 milhões de cartões com marca própria.
LIDERANÇA
O dinheiro de plástico já desbancou os cheques imediatos e pré-datados para a terceira posição no ranking das formas mais utilizadas nas compras no Brasil. O pagamento em dinheiro ainda é o mais usado, em 54% do total. Os cartões vêm logo em seguida com 20%, seguidos pelos cheques, com 13%. O percentual restante engloba as outras formas de pagamento como carnês.
A divisão, de acordo com o consultor da ACSP, segue o padrão dos países europeus, onde os cartões, por suas facilidades, ganharam espaço no bolso dos consumidores antes ocupado pelos talões de cheque. “Pouca gente carrega hoje o talão na carteira por segurança”, diz.
O próprio comerciante, ressalta, é beneficiado com o sistema, pois não precisa mais ficar preocupado com grandes quantidades de dinheiro em seu caixa. “O Brasil é referência mundial neste tipo de serviço”, completa o diretor da American Express.
Para Noronha, cabe às próprias operadoras dos cartões investirem em novas tecnologias para facilitar os serviços ao consumidor. Dessa forma, acredita, a população se conscientizará do potencial e benefícios de se ter crédito. “Priorizar a fidelização do cliente com atrativos aumenta a relação de confiança com a empresa “.
INDICADORES. O estudo Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, realizado mensalmente pelo Itaú, mostra crescimento de quase 20% no faturamento do setor, passando de R$ 244,3 bilhões em 2006 para R$ 290,8 bilhões este ano. Somente no primeiro trimestre, o volume deve chegar a R$ 41,7 bilhões, crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2006.
O montante será obtido com a movimentação de tíquetes médios de R$ 91 nas 445 milhões de transações realizadas até o final deste mês, no qual as principais bandeiras esperam movimentar R$ 14,7 bilhões. Em 2006 estavam em atividade cerca de 379 milhões de cartões e deste total, aproximadamente 187 milhões eram plásticos com funções de crédito, 79 milhões de débito e 112 milhões private labels.