O mercado de cartões reduziu o ritmo de crescimento este ano. O setor deve encerrar o primeiro trimestre com expansão de 17% em volume de transações, com movimento de R$ 55,6 bilhões. A taxa, apesar de alta, ficou abaixo dos números que o setor vem apresentando nos últimos anos, sempre acima dos 20%. No primeiro trimestre de 2006, por exemplo, o crescimento foi de 23%, segundo números da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
A explicação para o desaquecimento é que o mercado já está ficando “maduro”.
O mercado de cartões reduziu o ritmo de crescimento este ano. O setor deve encerrar o primeiro trimestre com expansão de 17% em volume de transações, com movimento de R$ 55,6 bilhões. A taxa, apesar de alta, ficou abaixo dos números que o setor vem apresentando nos últimos anos, sempre acima dos 20%. No primeiro trimestre de 2006, por exemplo, o crescimento foi de 23%, segundo números da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
A explicação para o desaquecimento é que o mercado já está ficando “maduro”. Ou seja, após as fortes taxas de expansão desde 2000, sempre de dois dígitos, é natural que haja um processo de acomodação, avalia Antonio Rios, diretor da Abecs.
A comparação dos números do Brasil com a dos Estados Unidos – o mercado mais desenvolvido para o setor de cartões – mostra que a expansão do Brasil foi muito mais vigorosa nos últimos 10 anos. Em 2001, por exemplo, o mercado aqui cresceu em termos reais 21% frente a 6% dos EUA; em 2005 foi 17% contra 9%.
Enquanto os EUA tiveram crescimento praticamente vegetativo no setor, no Brasil, a expansão foi graças a entrada de novos usuários. Nos últimos anos, com a bancarização, eles vieram basicamente da baixa renda.
Apesar da queda do ritmo de expansão no primeiro trimestre, a Abecs prevê que o setor tem muito a crescer ainda. Para este ano, a previsão “conservadora” é de expansão de 18%. Os cartões de crédito devem liderar, com aumento de 20%. Os cartões de débito e o de loja devem ter alta de 15%.
Essas taxas de expansão de dois dígitos devem continuar por mais uns 10 anos, avalia Rios. Um dos indicadores que mostra esse potencial é novamente a comparação com os números americanos. A participação dos gastos com cartões no consumo privado saltou de 87% nos EUA no período de 1996 a 2006, de 23% para 42% . No Brasil, cresceu nada menos que 202%, passando de apenas 7% para 20%. Pela comparação, o Brasil pode dobrar essa participação.
Para crescer, o desafio agora é substituir as transações pagas com dinheiro. Os cheques, os cartões já superaram. Do consumo brasileiro, 54% hoje é pago em espécie, 20% com cartão, 13% cheques e 13% outros meios (como boletos e vales). Em 2002, a participação era bem diferente. O dinheiro continuava em primeiro lugar, com 51%, os cheques eram o segundo meio utilizado, com 26% e os cartões em terceiro, com 11%.
Para fazer o consumidor mudar o dinheiro pelo cartão, o setor também busca chegar a outros setores, como feiras livres e táxis. Na expansão da rede credenciada, um dos maiores entraves é a informalidade. Para ter a máquina leitora do cartão, o estabelecimento tem que ter, pelo menos, conta bancária e CNPJ. Para discutir os desafios do setor, a Abecs e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fazem um congresso em outubro.