Comércio morno no Natal

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Os primeiros dados sobre as vendas do varejo indicam que, com a renda reprimida, a classe média comprou, às vésperas do Natal, menos do que esperava o comércio, e que a demanda se concentrou mais em artigos de baixo valor, consumidos pelas faixas de menor renda – beneficiárias de programas sociais ou formadas por trabalhadores e aposentados que ganham o salário mínimo e tiveram reajustes acima da inflação em 2006.


A Associação Comercial de São Paulo apurou um aumento de vendas de 5,7% na comparação entre os períodos de 1º a 25 de dezembro de 2005 e 2006.

Os primeiros dados sobre as vendas do varejo indicam que, com a renda reprimida, a classe média comprou, às vésperas do Natal, menos do que esperava o comércio, e que a demanda se concentrou mais em artigos de baixo valor, consumidos pelas faixas de menor renda – beneficiárias de programas sociais ou formadas por trabalhadores e aposentados que ganham o salário mínimo e tiveram reajustes acima da inflação em 2006.


A Associação Comercial de São Paulo apurou um aumento de vendas de 5,7% na comparação entre os períodos de 1º a 25 de dezembro de 2005 e 2006. Comportamento semelhante foi apontado pelo Indicador Serasa do Nível de Atividade do Comércio, com alta de 5,6% na comparação entre os períodos de 19 a 25 de dezembro de 2005 e 18 a 24 desse mês. Na cidade de São Paulo, o crescimento foi maior, alcançando 7,9%, segundo o Serasa.


Os números são preliminares ainda, mas os analistas acreditam que o comércio acumulou estoques, notadamente de bens duráveis. Isso parece se confirmar, pois já começaram as promoções em redes varejistas.


As liquidações são habituais nos meses de janeiro. “Vamos ter um mês de desova de estoques das lojas e não de reposição”, afirmou o economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Isso poderá significar queda no ritmo da atividade industrial no início de 2007, agravada pelo fato de que os produtos importados de baixo custo foram mais vendidos no Natal, em detrimento da produção local.


Segundo a CNC, os dados do final do ano não comprometeram o exercício. A CNC estima que as vendas do comércio neste mês cresceram entre 1,8% e 2% em relação a dezembro de 2005, mas o crescimento real do comércio no ano foi da ordem de 6%, bem acima dos 4,8% de 2005.


Em geral, as vendas de itens de baixo valor, determinantes do ritmo de crescimento dos negócios, foram feitas à vista. Este é um indicador positivo de que os trabalhadores evitaram se endividar após uma fase de forte crescimento do crédito ao consumo. Dívidas excessivas poderiam comprometer os pagamentos de tributos que vencem no início de ano, como o IPVA e o IPTU.


Os dados revelam um comportamento prudente dos consumidores, em sintonia, até certo ponto, com o ritmo da economia. O crescimento moderado do varejo é compatível com a evolução lenta da atividade econômica, da ordem de 3% em 2006 e projetada em 3,5% para o ano que vem.

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