O crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006, em relação ao ano anterior, ficou muito abaixo do que havia sonhado o governo no início de 2006 e apenas um pouco acima do de 2005 (2,3%).
O crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006, em relação ao ano anterior, ficou muito abaixo do que havia sonhado o governo no início de 2006 e apenas um pouco acima do de 2005 (2,3%). Levando em conta o crescimento populacional estimado para o ano passado, de 1,4%, o crescimento real do PIB “per capita” terá sido de 1,5%.
Estes, no entanto, são dados provisórios, pois no dia 28 de março serão divulgados não só os dados em valor absoluto, como dentro de uma nova metodologia, que poderá aumentar ligeiramente o atual resultado.
Há que se destacar que o crescimento do PIB em 2006 decorreu da elevação de 2,7% do valor adicionado a preços básicos e do aumento de 4,4% nos impostos sobre produtos (e que foram de 2,1% e 3,9%, respectivamente, em 2005).
Os dados divulgados pelo IBGE, sob o ângulo da oferta, mostram que o maior crescimento foi da agropecuária, com 6% sobre 2005, ano em que esse setor sofreu uma crise, com queda de 1,8% no seu produto. A indústria mineral (sob efeito da demanda mundial) aumentou 5,5%, mas em 2005 cresceu 12,1%. O comércio acusou crescimento de 5,3%, ante 2,9% em 2005, graças à melhora dos rendimentos e, especialmente, à ampliação e ao barateamento do crédito. Já o crescimento da indústria de transformação foi de apenas 3,4%.
Sob o ângulo da demanda, verifica-se que o consumo das famílias cresceu 3,8%, ante 3,1% em 2005, e o do governo passou de 1,6% para 2,1%, o que mostra o seu apetite. O mais importante diz respeito aos investimentos, que passaram de um crescimento de 1,6% para 6,3%. Isso é interpretado por alguns comentaristas como prenúncio do crescimento do PIB pelo aumento da oferta. É preciso cautela: houve realmente aumento dos investimentos em casos que não representam um aumento da capacidade de produção, como no dos caminhões para transportar uma safra maior. Mas continua o “gap” entre o crescimento do consumo e o da produção industrial.
No plano do comércio exterior, verificou-se um afrouxamento das exportações de bens e serviços (5%, ante 11,6%) e um forte aumento das importações (18,3%, ante 9,5%), que parecem responder a uma demanda não atendida pela indústria nacional.
É preciso esperar a divulgação dos dados no final de março, segundo a nova metodologia, para ver se a posição do Brasil melhora em relação aos países emergentes.