Custo da cesta básica cai em 13 capitais

Compartilhe:

A queda no preço de diversos alimentos e o reajuste de 16,6% no salário mínimo em 2006 fizeram com que a parcela do rendimento comprometida com a compra da cesta básica caísse de 57,8% em dezembro de 2005 para 48,3% no final do ano passado. Com isso, na média de 16 capitais pesquisas pelo Dieese, a jornada necessária para se comprar uma cesta básica cedeu de 117 horas e 29 minutos, para 98 horas e 12 minutos nesse período. 




Mas, esses bons resultados não deverão se repetir neste ano.

A queda no preço de diversos alimentos e o reajuste de 16,6% no salário mínimo em 2006 fizeram com que a parcela do rendimento comprometida com a compra da cesta básica caísse de 57,8% em dezembro de 2005 para 48,3% no final do ano passado. Com isso, na média de 16 capitais pesquisas pelo Dieese, a jornada necessária para se comprar uma cesta básica cedeu de 117 horas e 29 minutos, para 98 horas e 12 minutos nesse período. 




Mas, esses bons resultados não deverão se repetir neste ano. Sergio Vale, economista da MB Associados, lembra que o aumento do salário mínimo deverá ser menor neste ano e que a inflação também não terá a mesma queda que foi observada entre 2005 e 2006. A proposta acertada entre o governo federal e as centrais sindicais é de um reajuste nominal de 8,6% no mínimo, percentual que é quase a metade do concedido em 2005. 




Já a inflação projetada para este ano é de 4%, acima da de 2005, de 3,1%. Vale diz que os alimentos não terão preços tão favoráveis também. E, segundo ele, ainda que o valor do benefício do Bolsa Família seja reajustado, o programa continuará a atender a mesma quantidade de pessoas. “São duas variáveis que não vão incrementar a massa de salários na mesma magnitude que fizeram no ano passado”, explica. 

Em 2006, 13 das 16 capitais que entram na pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), tiveram redução no preço da cesta básica. A maior queda ocorreu em João Pessoa: 7,41% de redução, que levou a cesta a custar R$ 133,88. Mesmo com essa forte queda, a cesta mais barata não é a de lá, mas sim a de Recife, que custava, em dezembro de 2006, R$ 132,14. As três capitais que não apresentaram diminuição nos preços foram Natal, com alta de 3,53%; Goiânia (2,23%) e Belém, que teve ligeiro aumento de 0,25%. 




A cesta básica mais cara do país é a de São paulo, que vale R$ 182, um valor 0,75% inferior ao apurado em dezembro de 2005. No entanto, entre dezembro e novembro do ano passado, ela teve um recuo de 1,75%. Com isso, em 2006, a jornada média anual de trabalho necessária para se comprar uma cesta básica ficou em 115 horas e 53 minutos. É o menor patamar registrado pelo Dieese desde 1971, que foi de 111 horas e 48 minutos. 




De acordo com o levantamento, apesar dessa melhora na capacidade de compra do brasileiro, o atual salário mínimo ainda está muito longe de satisfazer as necessidades básicas de uma família com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, higiene, lazer e previdência. Segundo a entidade, seriam necessários R$ 1.564 para isso, o que equivale a 4,47 vezes o mínimo vigente. Em 2005, quando o mínimo valia R$ 300 e não os atuais R$ 350, a situação era pior: para suprir as necessidades básicas eram necessários R$ 1.607, o equivalente a 5,36 vezes o mínimo. 


 




 

Leia mais

Rolar para cima