Aposentadorias do setor rural sozinhas respondem por 67,9% de todo o rombo de 2006. A Previdência Social amargou déficit de R$ 42,065 bilhões em 2006. O valor, próximo às previsões oficiais do Ministério, é 11,94% maior que o observado de 2005. A despeito do trabalho de gestão tão destacado durante o ano, as contas do órgão continuaram em deterioração. A piora foi liderada pelas aposentadorias do setor rural que responderam, sozinhas, pelo déficit de R$ 28,564 bilhões – ou 67,9% de todo o rombo da Previdência.
Aposentadorias do setor rural sozinhas respondem por 67,9% de todo o rombo de 2006. A Previdência Social amargou déficit de R$ 42,065 bilhões em 2006. O valor, próximo às previsões oficiais do Ministério, é 11,94% maior que o observado de 2005. A despeito do trabalho de gestão tão destacado durante o ano, as contas do órgão continuaram em deterioração. A piora foi liderada pelas aposentadorias do setor rural que responderam, sozinhas, pelo déficit de R$ 28,564 bilhões – ou 67,9% de todo o rombo da Previdência.
Em ano de aumento do emprego e formalização de empresas, a arrecadação da Previdência teve aumento de 13,91% e somou R$ 125,239 bilhões. Tal expansão foi seguida em igual ritmo pelo pagamento de benefícios, que cresceu 13,4%. Assim, foi possível, apenas, reduzir ligeiramente o ritmo de expansão do déficit do órgão.
Apesar da piora do resultado global, é possível observar a melhora de alguns números. O trabalho para controlar a concessão de auxílio-doença e combater as fraudes conseguiu diminuir o déficit do segmento “urbano” da Previdência em 2,88% na comparação com 2005, para R$ 13,752 bilhões.
Esse ganho, no entanto, foi completamente anulado pelo setor rural, segmento onde ainda não se vêem os efeitos do trabalho de gestão. Neste ramo, o déficit aumentou expressivos 19,99%, para R$ 28,973 bilhões. Convém notar que o setor rural, que respondeu por 67,9% do déficit de 2006, é responsável por 19,5% dos benefícios pagos e só 3% da receita arrecadada.
Para 2007, o ritmo de aumento do déficit, de dois dígitos, deve permanecer. Pelas contas do ministro da Previdência, Nelson Machado, o rombo do órgão deve atingir R$ 47,2 bilhões ao final de dezembro. Se confirmado, o valor será 12,2% maior que o registrado em 2006. A projeção leva em conta o aumento do salário mínimo para R$ 380. Ele observou, contudo, que o número pode cair durante o ano. O ministro lembrou que as primeiras projeções para o déficit de 2006 sinalizavam R$ 50 bilhões. Com o passar dos meses, o valor foi gradativamente caindo até chegar no patamar dos R$ 42 bilhões em meados do ano.
Fórum inicia em fevereiro
Em meio ao cenário de déficit crescente, o ministro Nelson Machado anunciou que o Fórum Nacional da Previdência – previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – será instalado em 12 de fevereiro. Após essa data, o grupo terá seis meses para apresentar propostas ao Congresso Nacional.
Apesar de a criação do fórum apontar para mudanças mais profundas, Machado, assim como os demais membros do governo, rejeita o uso do termo “reforma” da Previdência. Ele prefere falar em “novo pacto de gerações”. O ministro adiantou que o governo vai respeitar todos os direitos adquiridos e qualquer modificação será implementada no longo prazo. Caso as modificações fossem implementadas de imediato, explicou, haveria uma corrida aos pedidos de aposentadoria.