Diminui o otimismo do consumidor, aponta FGV

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A decepção com o lento crescimento da economia e os atos de violência no Rio derrubaram a confiança do consumidor em fevereiro, que atingiu o menor nível em nove meses. Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,3% no mês, ante alta de 0,6% em janeiro.


Embora fatores sazonais também tenham pressionado o resultado, a FGV não descartou a possibilidade de que o cenário negativo possa ser o início de uma tendência, que se refletirá nos próximos resultados do indicador.

A decepção com o lento crescimento da economia e os atos de violência no Rio derrubaram a confiança do consumidor em fevereiro, que atingiu o menor nível em nove meses. Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,3% no mês, ante alta de 0,6% em janeiro.


Embora fatores sazonais também tenham pressionado o resultado, a FGV não descartou a possibilidade de que o cenário negativo possa ser o início de uma tendência, que se refletirá nos próximos resultados do indicador. Para cálculo do ICC, foram pesquisados 2 mil domicílios em sete capitais, de 31 de janeiro a 16 de fevereiro.


“Pelo que mostra o resultado, podemos dizer que o consumidor está mais insatisfeito com o presente, e menos otimista com o futuro”, avaliou o coordenador de sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Aloísio Campelo.


De janeiro para fevereiro, houve piora tanto nas avaliações do consumidor sobre o presente quanto nas previsões. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual, que caiu 2,2% em fevereiro, ante queda de 0,7% em janeiro; e o Índice de Expectativas, que teve taxa negativa de 1% em fevereiro, ante alta de 1,5% em janeiro.


Influências


Na avaliação de Campelo, o cenário de fevereiro foi influenciado por fatores característicos do período. No segundo mês do ano, o humor do consumidor costuma registrar queda, devido ao número de contas para pagar nessa época do ano (como IPTU e IPVA), e aumentos nas mensalidades escolares.


“Em fevereiro, normalmente, a tendência é uma “esfriada” na confiança do consumidor”, afirmou Campelo, acrescentando que, em fevereiro do ano passado, a queda no ICC foi mais forte: -2,1%. Entretanto, o economista admitiu que outros fatores não sazonais também contribuíram fortemente para a queda no humor do consumidor.


Segundo o economista, a maioria dos entrevistados demonstrou que não está satisfeita com o lento crescimento econômico e considera que está mais difícil encontrar emprego. Além disso, a capital do Rio de Janeiro, a segunda de maior peso no cálculo do indicador – perdendo apenas para São Paulo -, foi afetada por atos de violência ocorridos no início do ano.


“A insegurança foi citada espontaneamente pelos entrevistados (no Rio)”, disse. O caso do menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, arrastado até a morte por bandidos durante um assalto a carro no Rio há algumas semanas, também foi citado várias vezes pelos entrevistados. Isso fez com que, ao se considerar apenas os resultados das entrevistas no Rio, o ICC registrasse queda de 3,5% em fevereiro na capital fluminense. “Isso contribuiu ainda mais para a baixa do indicador como um todo, no mês”, afirmou Campelo.


A FGV também apurou, em fevereiro, resquícios da crise do setor aéreo. O percentual de pessoas que desejam viajar de férias atingiu no mês o patamar mais baixo da série histórica do ICC, iniciado em setembro de 2005. Apenas 22,9% informaram ter intenção de viajar nas férias – sendo que em janeiro esse percentual era de 27%.


 


 


 

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