Dívida pública interna aumenta 3% em fevereiro, para R$ 1,12 trilhão

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Depois de cair em janeiro, a dívida interna em títulos do governo cresceu 3% em fevereiro, saltando para R$ 1,12 trilhão. De um mês para o outro, a dívida aumentou R$ 32,1 bilhões, principalmente por causa da emissão líquida de R$ 21,8 bilhões em papéis. A incorporação do valor dos juros, que também contribui para o crescimento da dívida, teve impacto de R$ 10,3 bilhões, valor R$ 2,1 bilhões menor do que em janeiro.


Uma emissão líquida ocorre quando o Tesouro vende mais títulos do que a quantidade de papéis vencendo no mês.

Depois de cair em janeiro, a dívida interna em títulos do governo cresceu 3% em fevereiro, saltando para R$ 1,12 trilhão. De um mês para o outro, a dívida aumentou R$ 32,1 bilhões, principalmente por causa da emissão líquida de R$ 21,8 bilhões em papéis. A incorporação do valor dos juros, que também contribui para o crescimento da dívida, teve impacto de R$ 10,3 bilhões, valor R$ 2,1 bilhões menor do que em janeiro.


Uma emissão líquida ocorre quando o Tesouro vende mais títulos do que a quantidade de papéis vencendo no mês. Em janeiro, o Tesouro resgatou mais papéis do que vendeu, o que fez o estoque da dívida cair. De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Ronnie Tavares, foi o baixo volume de vencimentos de títulos, principalmente no mercado interno, o que acarretou uma emissão líquida elevada.


Tavares afirmou ainda que, “mesmo com a queda (do peso dos juros) não se pode ainda afirmar que há tendência declinante da apropriação dos juros no estoque da dívida”. A queda ocorrida em fevereiro, segundo o coordenador, refletiu em grande medida o menor número de dias úteis no mês. Isso porque a forma como o Tesouro calcula o impacto da correção dos juros sobre o estoque da dívida leva em conta apenas os dias úteis.


Os dados divulgados ontem pelo Tesouro mostram que a parcela prefixada (de títulos com taxa definida no leilão de venda) subiu de 34,5% para 35,39% do total da dívida, aproximando-se do total de títulos corrigidos pela taxa Selic (pós-fixados), que em fevereiro caiu de 38,90% para 38,43%.


A expectativa do Tesouro é de que já em março a parcela prefixada supere, pela primeira vez, a parcela de títulos corrigidos pela taxa Selic. A substituição de títulos pós-fixados, considerados de maior risco, pelos prefixados é um dos objetivos do Tesouro para melhorar o perfil da dívida pública.


Segundo Tavares, os indicadores financeiros de fevereiro foram favoráveis a o Brasil. Ele lembrou que, até o dia 26 do mês passado, indicadores como risco país, taxas de juros domésticas, taxa de câmbio e juros reais tiveram redução. No dia 27 ocorreu a queda na Bolsa de Valores de Xangai (China), que contaminou os ativos de países emergentes. Mas, segundo ele, a volatilidade não chegou a afetar a estratégia do Tesouro, porque todos os leilões de títulos já tinham ocorrido.


Recompra


A dívida externa do governo se manteve estável em fevereiro, em R$ 140,34 bilhões, com queda de 0,1% em comparação a janeiro. A expectativa é de nova queda em março porque no primeiro bimestre do ano o Tesouro recomprou no mercado internacional US$ 564,5 milhões de títulos da dívida externa brasileira. Para isso, precisou desembolsar US$ 701,31 milhões.


De acordo com Tavares, os títulos recomprados não tiveram impacto no estoque da dívida externa em fevereiro, porque o processo de cancelamento dos papéis ainda não foi efetivamente concluído.


As recompras feitas nos dois primeiros meses do ano garantiram uma economia de US$ 799 milhões. Esse é o montante que o governo deixará de pagar com a recompra antecipada dos papéis. Se não tivesse recomprado os títulos, o Tesouro teria até 2040 (data de vencimento de um dos papéis recomprados) para desembolsar US$ 1,5 bilhão com o fluxo de pagamentos.

 


 


 


 


 


 


 


 


 




 

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