Domingo é dia de compra para 73% dos consumidores

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Folha de São Paulo  Editoria: Dinheiro  Página: B-6


A abertura do comércio aos domingos já faz parte do cotidiano dos brasileiros.



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A abertura do comércio aos domingos já faz parte do cotidiano dos brasileiros. Pesquisa do Ibope revela que 73% da população faz compras nesse dia, contra 59% dos entrevistados no levantamento anterior, realizado em 2003.


O principal motivo apontado é a falta de tempo durante a semana, mas os entrevistados citaram também que, no domingo, o atendimento é melhor, além de mais tranqüilo, com menos filas e trânsito, por exemplo, e houve até quem justificasse a compra como um bom passeio, que ainda pode ser feito com toda a família.


A pesquisa foi encomendada por Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Apas (Associação Paulista de Supermercados), Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) e IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo) e apresentada ontem à imprensa -não por acaso, um dia antes do encontro dos empresários do setor com o governo federal e os sindicalistas para discutir a regulamentação da escala no trabalho aos domingos.


As entrevistas foram feitas na primeira quinzena do mês passado com 3.150 pessoas em sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Curitiba).


O percentual de quem faz compras aos domingos é maior (78%) em São Paulo e em Brasília, e bem menor em Belo Horizonte (58%). Na divisão por faixa de renda, alcança 81% dos consumidores das classes A e B, 76% da C e 63% das D e E. Essas compras são mais freqüentes em lojas de shopping centers, nos super e hipermercados e no pequeno varejo -que engloba mercearias, quitandas, empórios e sacolões.


Trabalho aos domingos


A opinião de quem trabalha aos domingos também foi levada em conta na pesquisa, constatando que 69% deles fazem compras no dia, com picos em São Paulo (85%) e Recife (83%). O menor percentual foi registrado em Belo Horizonte (41%) e Curitiba (43%).


Segundo o levantamento do Ibope, metade dos trabalhadores, em âmbito nacional, é favorável à abertura do comércio nesse dia, número que chega a 71% considerando a população em geral.


O presidente da Abras, Sussumu Honda, afirma que o final de semana responde por 38% do faturamento do segmento. Considerando apenas o domingo, representa 12% do total.


Na polêmica sobre a abertura do comércio nesse dia, não há discussão sobre a importância do domingo para o setor, mas qual seria a escala justa para os funcionários, que precisam trabalhar em sistema de rodízio.


A lei nº 10.101/2000 autoriza, a partir de novembro de 1997 -desde quando havia uma medida provisória sobre o tema-, o trabalho aos domingos no comércio varejista. No entanto a lei ressalta que “o repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de quatro semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras previstas em acordo ou convenção coletiva”.


O Dia


Economia  Página: 14


Mais folgas aos domingos


Representantes dos patrões e dos empregados se reúnem hoje no Ministério do Trabalho para decidir um ponto polêmico para o setor do comércio: o domingo. As centrais sindicais propõem que se trabalhe um e folgue o outro. A Confederação Nacional do Comércio aceita reduzir os atuais três domingos trabalhados por mês para dois mensais. Caso contrário, poderá haver demissões.


No setor de supermercados, o corte seria imediato. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Sussumu Honda, o setor aumentou sua oferta de empregos de 15% a 20% a partir de 2000, com a lei que permitiu a abertura do comércio aos domingos. Com a mudança, a redução seria no mesmo percentual. Hoje, o setor emprega 850 mil pessoas, cerca de 100 mil no Rio.


“O regime de um por um aumentaria nossos custos operacionais e não teríamos como abrir nossas lojas”, avalia Honda . Já com dois por um, segundo ele, haveria compensações, sem a necessidade de demissões.


Além de duas folgas dominicais por mês, o Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Sentracos) quer ainda o pagamento de 100% de horas extras nesses dias. Hoje, eles são pagos como dias comuns. A legislação atual exige apenas um domingo de folga para cada três trabalhados.


Para mostrar o peso dos domingos para o comércio, a Abras e mais quatro entidades, entre elas, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), encomendaram pesquisa a Latin Panel, braço de consumo do Ibope. Em 2003, 59% disseram fazer compras aos domingos. Este ano, 73%. Realizado de 4 a 15 de abril, em sete diferentes capitais, o levantamento mostra ainda que 71% da população são favoráveis à abertura do comércio nesse dia. Entre os que trabalham aos domingos, a aprovação é menor, mas a metade (50%).


 


 


 


 

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