Em 4 anos, menos da metade do ‘ideal’ de novos empregos

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A um mês do término de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está longe de cumprir seu desejo de gerar 10 milhões empregos no País. Segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado ontem, de janeiro de 2003 a novembro de 2006, foram criados 4,96 milhões de postos com carteira assinada. O saldo dos quatro anos deverá ser ainda menor, porque em dezembro é esperado o fechamento de 280.000 vagas, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

A um mês do término de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está longe de cumprir seu desejo de gerar 10 milhões empregos no País. Segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado ontem, de janeiro de 2003 a novembro de 2006, foram criados 4,96 milhões de postos com carteira assinada. O saldo dos quatro anos deverá ser ainda menor, porque em dezembro é esperado o fechamento de 280.000 vagas, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Se ele estiver certo, o dado final será 4,68 milhões de novos empregos.


Lula e os ministros da área econômica passaram esses quatro anos explicando que não se comprometeram a gerar 10 milhões de empregos formais. De fato, a promessa não consta do programa de governo. Os 10 milhões foram mencionados como o ‘ideal’ para o período, mas não representariam um compromisso.


Agora, no segundo mandato, o presidente se envolveu em imbróglio semelhante. Ele prometeu um crescimento de 5% ao ano, algo que até o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acha irreal. O mercado projeta crescimento de 3,5% para o ano que vem.


Em novembro, segundo o Caged, foram contratados 32,5 mil empregados com carteira assinada. O saldo representa queda de 298% ante outubro, já refletindo as demissões que as indústrias normalmente fazem no fim de ano, após cumprir as encomendas de Natal. O movimento tradicionalmente se acentua em dezembro.


Ainda assim, 2006 deverá terminar com saldo de novos postos praticamente igual ao de 2005, quando foram criados 1,253 milhão de vagas. ‘Tudo vai depender do comportamento deste mês, mas dezembro é normalmente um mês de ajuste’, disse Marinho. Levando-se em conta os fatores que reduzem o ritmo da geração de emprego no fim do ano, o resultado de novembro não é ruim. Ele representa um crescimento de 135% sobre novembro de 2005.


No mês passado, o comércio abriu 87,4 mil vagas e os serviços ofereceram 36,6 mil postos de trabalho. Os destaques negativos foram a agricultura, com perda de 50,7 mil empregos, e a indústria, com 26,8 mil vagas a menos.


Salário Mínimo


Marinho rebateu críticas de que nos quatro anos cresceu apenas a oferta de empregos formais com baixos salários. ‘As críticas sobre renda não se sustentam quando vemos as estatísticas’, afirmou. Segundo ele, os dados do Caged mostram que foram criadas vagas em todas as faixas salariais.


Entre 1999 e 2005, subiu de 15,3 milhões para 21,3 milhões o número de trabalhadores que ganham até três salários mínimos, alta de 39%. Na faixa de cinco a 10 salários, os empregados passaram de 3,4 para 3,7 milhões. O número de pessoas ganhando entre 10 e 20 mínimos cresceu 16%, de 1,2 milhão para 1,5 milhão, e com rendimento superior a 30 mínimos, a alta foi de 22,7%, de 183 mil pessoas para 225 mil.




 

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