O rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 12,7% entre 1995 e 2005, período em que houve aumento na participação da mulher no mercado de trabalho, o envelhecimento da população e a diminuição, ainda que insuficiente, da defasagem escolar no país. Os dados constam de levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre indicadores socioeconômicos divulgado ontem.
De acordo com a pesquisa, ao longo destes dez anos verificou-se uma redução das diferenças no mercado de trabalho brasileiro.
O rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 12,7% entre 1995 e 2005, período em que houve aumento na participação da mulher no mercado de trabalho, o envelhecimento da população e a diminuição, ainda que insuficiente, da defasagem escolar no país. Os dados constam de levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre indicadores socioeconômicos divulgado ontem.
De acordo com a pesquisa, ao longo destes dez anos verificou-se uma redução das diferenças no mercado de trabalho brasileiro. Em 1995, o rendimento dos 10% mais ricos do país era 21,2 vezes maior que a renda dos 40% mais pobres. Já em 2005, a relação caiu para 15,8 vezes. Houve também durante o período um aumento no número de trabalhadores com carteira assinada. Por outro lado, o rendimento dos empregados sem carteira aumentou 5,1%, passando de R$ 466,40 para R$ 490,20. Entre 2004 e 2005, houve um ligeiro aumento na proporção de mulheres em cargos de direção no país, com destaque para a região de Brasília, onde as mulheres respondem por 8% do universo de dirigentes em geral.
Segundo o IBGE, o Brasil já tem quase 18,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a 9,9% da população. Em relação a 1995, o número de idosos cresceu em mais de cinco milhões. A parcela de idosos que mais aumentou no período foi a de pessoas com 80 anos ou mais de idade. No ano passado, 2,4 milhões de brasileiros se enquadravam nesta faixa etária. A população brasileira de idosos já supera a de países com destacados programas de assistência à terceira idade, como Itália, França e Espanha.
Segundo a pesquisa, as famílias brasileiras estão cada vez menores. No período de 1995 a 2005, o percentual de família formadas por casal com filhos caiu de 56,6% para 48,5%. De acordo com o instituto, a mudança no padrão da organização das famílias brasileiras é observada em decorrência da queda na fecundidade e do crescimento no número de famílias chefiadas por mulheres. Fatores como o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho podem ter ocasionado mudanças na estrutura das famílias brasileiras: o número das que eram chefiadas por mulheres cresceu 35%, no período. Esse aumento vem ocorrendo mesmo nas famílias onde há a presença do cônjuge.
O IBGE revelou que a defasagem escolar diminuiu no país entre 1995 e 2005, mas ainda é considerada muito elevada, se comparada com padrões internacionais. No ano passado, 14,4% dos jovens entre 18 e 24 anos ainda estavam cursando o ensino fundamental e 37,3% o ensino médio. A taxa de analfabetismo funcional – pessoas que possuem menos de quatro anos de estudos completos, de acordo com o conceito do IBGE – ficou em 23,5% em 2005. A taxa de frequência escolar dos jovens de 15 a 17 anos, por sua vez, ficou em 81,7% – aumento de 15% em comparação a 1995.
“Os números ainda são muito elevados, embora estejam melhorando. A gente tem um problema de qualificação no Brasil. O tempo médio na escola é muito elevado. Apenas 53% concluem a oitava série e 88,7% acabam a quarta série”, ressaltou a coordenadora-chefe de indicadores sociais do IBGE, Ana Lúcia Saboya. A desigualdade de acesso à escola permanece e é acentuada entre os jovens. Em 2005, a freqüência escolar estava praticamente universalizada em todo o país, na faixa etária de 7 a 15 anos. Já entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade, a taxa era de 11% em 2005.