O Estado de São Paulo Editoria: Economia Página: B-7
O emprego industrial mostrou resultados positivos em fevereiro, respondendo à alta na produção e às expectativas positivas dos empresários neste início de ano. A ocupação da indústria cresceu 0,3% em relação a janeiro e 1% ante igual mês do ano passado, enquanto a folha de pagamento real aumentou, respectivamente, 3,6% e 5,4%.
No primeiro bimestre, o emprego acumulou alta de 1% e a folha, de 4,7%.
O Estado de São Paulo Editoria: Economia Página: B-7
O emprego industrial mostrou resultados positivos em fevereiro, respondendo à alta na produção e às expectativas positivas dos empresários neste início de ano. A ocupação da indústria cresceu 0,3% em relação a janeiro e 1% ante igual mês do ano passado, enquanto a folha de pagamento real aumentou, respectivamente, 3,6% e 5,4%.
No primeiro bimestre, o emprego acumulou alta de 1% e a folha, de 4,7%. Isabella Nunes, economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avalia que o mercado de trabalho industrial está refletindo a reação do setor no quarto trimestre do ano passado – já que o emprego responde com defasagem aos movimentos da produção – e ao otimismo de empresários diagnosticado em sondagens industriais.
A economista afirmou que o emprego industrial não cresce com maior vigor porque os segmentos mais empregadores, como calçados e vestuário, não têm apresentado reação mais forte na produção, por causa de problemas com o câmbio, e continuam com resultados negativos no emprego.
Os principais impactos negativos para a ocupação industrial em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, foram de calçados e artigos de couro (-8,2%), vestuário (-6,0%) e madeira (-5,8%). Já o segmento de alimentos e bebidas, que tem tido bom desempenho na produção, puxou o aumento da ocupação em fevereiro, com 6,1% em relação a igual mês de 2006. Segundo Isabella, esse segmento tem 20% do emprego industrial e é relativamente mais empregador que os demais setores que apresentam maior dinamismo na produção.
Para Edgard Pereira, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os resultados do mercado de trabalho industrial em fevereiro foram ‘bons’, mas há incertezas para os próximos meses. Segundo ele, o crescimento do emprego ainda é modesto e há o empecilho do crescimento da ocupação em poucos setores da indústria, ‘problemas que só um crescimento maior da economia poderá dissipar’.
Folha de Pagamento
A distribuição de lucro em empresas do setor químico e de extração mineral deu maior magnitude ao aumento real da folha de pagamentos da indústria em fevereiro, segundo Isabella. No segmento de produtos químicos, o aumento foi de 27% e na indústria extrativa, de 16,2%. Ela explica que esses segmentos, além de ter distribuído lucros, pagam salários acima da média da indústria, o que pressionou a folha para cima.
Mas, segundo ela, mesmo que o aumento da folha ocorresse em menor magnitude, se não houvesse a distribuição de lucros em alguns setores, a tendência positiva permaneceria.