O Estado de São Paulo Editoria: Economia Página: B-5
Embora esperada, a queda de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) recebeu críticas dos setores empresarial e comercial e do meio sindical, no mesmo tom das queixas repetidas nos últimos meses.
‘Mais uma vez, foi desperdiçada importante oportunidade de um corajoso ajuste na queda dos juros no Brasil’, disse, por meio de nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf .
O Estado de São Paulo Editoria: Economia Página: B-5
Embora esperada, a queda de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) recebeu críticas dos setores empresarial e comercial e do meio sindical, no mesmo tom das queixas repetidas nos últimos meses.
‘Mais uma vez, foi desperdiçada importante oportunidade de um corajoso ajuste na queda dos juros no Brasil’, disse, por meio de nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf . ‘A insistência do Copom em não praticar cortes mais significativos na Selic tem custado muito ao País, tanto em perda de crescimento como na sobrevalorização do câmbio que tira competitividade do produto brasileiro .’
‘Queda mixuruca’ é a avaliação feita pela Força Sindical em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva. Para ele, a queda nos juros ocorre de forma gradual e tímida. ‘Chegamos ao absurdo de até o FMI insinuar que a política de juros da equipe econômica é muito conservadora.’ Na visão de Paulinho, ‘o governo tem de entender que a grande trava para o crescimento do País é a política econômica que privilegia o setor especulativo’.
Para o presidente da Federação do Comércio Estado de São Paulo (Fecomércio), Abram Szajman, a situação macroeconômica permitia redução maior na Selic, que está acima de um ponto de equilíbrio. ‘A expectativa da inflação está menor que há alguns meses, o risco Brasil atingiu recordes de baixa sucessivos e o câmbio valorizado. Os fatos provam que há espaço maior para queda. No entanto, ela não ocorre e frustra o setor produtivo.’
Conformado com a queda de 0,25 ponto porcentual em virtude da política conservadora adotada pelo Copom, Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), espera que a redução tenha continuidade nas próximas reuniões. O setor continua projetando crescimento de 5% no movimento do comércio este ano.
O presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, avaliou que o Copom, não reduz os juros de forma mais acentuada porque receia que a atividade econômica decorrente possa não encontrar infra-estrutura suficiente para suportá-la. ‘Não temos uma infra-estrutura capaz de absorver um crescimento mais ousado e, por isso, precisamos construí-la urgentemente’, disse.
‘Ainda que o setor produtivo siga censurando os juros elevados, o Copom continuará a justificar suas decisões conservadoras com expectativas irreais a respeito da inflação. É crescente o número de vozes partindo de diversos segmentos da opinião econômica que defendem e justificam redução mais rápida dos juros’, disse o diretor do Departamento de Economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof. Para ele, mais que risco à inflação, há risco de estrangulamento da capacidade da infra-estrutura, principalmente nas redes de transporte e energia, de suportar maior movimentação econômica.
FRASES
Paulo Pereira da Silva, Presidente da Força
Sindical
“Queda mixuruca”
Abram Szajman,
Presidente da Fecomércio
“Os fatos provam que há espaço maior para queda”
Boris Tabacof
Presidente do Ciesp
“É crescente o número de vozes que defendem redução mais rápida”