Embora esperado, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 2,9% em 2006, provocou críticas generalizadas no meio empresarial. Juros altos, câmbio, carga tributária, falta de reformas e de investimentos foram apontados como inibidores de um desempenho melhor.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a taxa decepciona quem trabalha e quem produz.
Embora esperado, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 2,9% em 2006, provocou críticas generalizadas no meio empresarial. Juros altos, câmbio, carga tributária, falta de reformas e de investimentos foram apontados como inibidores de um desempenho melhor.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a taxa decepciona quem trabalha e quem produz. Segundo ele, não faltaram alertas e sugestões para assegurar desempenho melhor, mas o governo persistiu em uma política econômica equivocada.
‘Só nos resta continuar lutando em busca do crescimento e acreditar que, diante desse pequeno resultado para um Brasil tão grande e forte, o governo irá demonstrar vontade política e união para investir, de fato, num futuro melhor’, disse ele.
Alta carga tributária, elevado custo do capital, regulação inadequada e burocracia excessiva são as causas do baixo desempenho, na opinião do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. ‘O resultado já estava desenhado, tendo em vista o baixo ritmo de crescimento nos três primeiros trimestres do ano.’
Para Monteiro, a agenda do desenvolvimento ainda não foi incorporada com profundidade pelo País e as mudanças que ocorreram são insuficientes para alavancar o investimento privado, motor do crescimento.
O diretor do Departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, pede urgência nas discussões de medidas que emperram o desenvolvimento como ‘a má qualidade da infra-estrutura, os entraves criados por legislações arcaicas nas áreas trabalhista, sindical e tributária e o baixo nível educacional do trabalhador.’
No meio sindical, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, voltou a pedir a demissão do presidente do Banco Central . ‘Esse PIB raquítico é resultado da política econômica equivocada conduzida pelo despachante de luxo dos banqueiros, Henrique Meirelles.’ Ele chamou o presidente do BC de ‘insensível tecnocrata, que se curva, de forma vergonhosa, para o setor especulativo, em detrimento da produção, impedindo a retomada do crescimento econômico.’
A queda dos juros em ritmo mais acelerado também foi defendida pelo presidente da CUT, Artur Henrique. Ele ressaltou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um sinal de que o governo quer priorizar o desenvolvimento, ainda que a CUT defenda mudanças essenciais no plano. ‘É necessário que o BC se incorpore na busca por um desenvolvimento sustentável e não continue jogando contra as potencialidades do PAC.’
O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), Abram Szajman, disse que o País não terá crescimento sustentado enquanto não incentivar o desenvolvimento das áreas de comércio e serviços, que empregam a maior parte da mão-de-obra e representam 60% do PIB.
‘O crescimento de 2,9% é muito pequeno para o potencial econômico do País’, ressaltou Szajman. Ele acha difícil que o Brasil cresça 5% este ano sem a redução da burocracia e a realização das reformas tributária, trabalhista e previdenciária.
Paulo Godoy, da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), afirmou que ‘os impostos elevados tiram da sociedade recursos que ela tem para cimentar o crescimento das famílias, das empresas e do País.’