Estimativa do IPCA cai para 4%

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Gustavo Freire


O mercado financeiro reduziu de 4,06% para 4% a estimativa para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC).


Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Thadeu Filho, o porcentual poderá diminuir ainda mais e ficar abaixo dos 4% nas próximas rodadas da pesquisa Focus.

Gustavo Freire


O mercado financeiro reduziu de 4,06% para 4% a estimativa para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC).


Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Thadeu Filho, o porcentual poderá diminuir ainda mais e ficar abaixo dos 4% nas próximas rodadas da pesquisa Focus. “É possível que tenhamos um IPCA de 3,8% no próximo ano”, disse ele.


Para este ano, a previsão para o IPCA permaneceu em 3,11%, porcentual menor que a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e seguida pelo BC, de 4,5%.


Com a projeção de inflação menor – e abaixo da meta -, o mercado reduziu também a estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, no fim do próximo ano. A previsão passou de 12% para 11,75% ao ano.


“Menos que isso, só com a mudança da atual diretoria do Banco Central”, ironizou o economista da UFRJ, fazendo referência ao notório conservadorismo da instituição na administração da política monetária.


“O perfil da atual diretoria do BC aponta para a queda mais gradual dos juros”, comentou Thadeu Filho. A Selic está hoje em 13,25% ao ano.


ESTIMATIVA DO PIB


A pesquisa do Banco Central mostrou ainda que a estimativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano se estabilizou nos 2,76%. A estabilidade veio após seis semanas consecutivas de queda da previsão, que chegou a ficar acima dos 3% antes do início do ciclo de redução da estimativa.


Para 2007, o mercado financeiro optou por manter a expectativa de expansão do PIB em 3,5%, já pela 17ª semana seguida. O número, entretanto, é menor que os 3,8% estimados na semana passada pelo próprio BC.

Mesmo com uma estimativa de juros mais baixa para o final do ano, o mercado manteve a previsão para a dívida líquida do setor público em 2007, em 49% do PIB. O porcentual permanece muito próximo dos 50,10% do PIB esperados para o fim de 2006.


Para alguns analistas, o aumento da participação dos títulos prefixados na dívida pública é que impedirá uma queda mais rápida do nível de endividamento no próximo ano.

“O crescimento dos (títulos) prefixados faz com que o impacto da redução dos juros sobre a dívida pública seja mais suave”, comentou um especialista.


 

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