Jornal do Commercio Editoria: Economia Página: A-2
A balança comercial brasileira obteve superávit de US$ 1,301 bilhão na terceira semana deste mês, o melhor resultado semanal do ano. As exportações totalizaram US$ 3,330 bilhões e as importações, US$ 2,029 bilhões.
Jornal do Commercio Editoria: Economia Página: A-2
A balança comercial brasileira obteve superávit de US$ 1,301 bilhão na terceira semana deste mês, o melhor resultado semanal do ano. As exportações totalizaram US$ 3,330 bilhões e as importações, US$ 2,029 bilhões. Com isso, o saldo comercial acumulado no mês subiu para US$ 2,704 bilhões, resultado de vendas externas de US$ 8,568 bilhões e importações de US$ 5,864 bilhões.
Os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior mostram que as exportações recuperaram o fôlego e tornaram a crescer mais do que as importações. Esse cenário repete o resultado de abril, quando, pela primeira vez no ano, as exportações tiveram um ritmo de alta maior que o das importações.
As exportações registram até a terceira semana deste mês média diária de US$ 659,1 milhões, 40,7% maior que a de maio de 2006, de US$ 468,4 milhões. A média diária das importações é de US$ 451,1 milhões, alta de 36,1%.
No acumulado do ano, no entanto, as importações ainda continuam apresentando mais vigor que as exportações. As importações somam US$ 39,329 bilhões, alta de 26,4%, e as exportações totalizam US$ 55,019 bilhões, acréscimo de 19,7%, em relação ao igual período do ano passado. O superávit acumulado no ano é de US$ 15,69 bilhões.
O resultado das exportações, porém, não animou os especialistas, pois ocorreu mais em razão de um cenário favorável de preços (principalmente de commodities) do que do aumento do volume exportado. A perda de competitividade, dizem, intensificou-se com a valorização recente do real.
“O valor é, de fato, expressivo, mas reflete principalmente um aumento das exportações de petróleo e combustíveis e uma queda das importações desse grupo”, disse José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Para Castro, o crescimento das exportações é sustentado quase exclusivamente pelo aumento dos preços. Se as economias de China e EUA pisarem no freio e a demanda por produtos básicos cair, diz, uma crise se avizinhará.
Categorias
Segundo o Ministério, o aumento das vendas externas em maio ocorreu nas três categorias de produtos. Os embarques de básicos aumentaram 66,5%, principalmente, milho em grão, farelo de soja, carne bovina, de frango e suína. Os semimanufaturados cresceram 52,2% puxados pelas vendas de óleo de soja em bruto, ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço e celulose. Já as exportações de manufaturados cresceram 27,8%, por conta de gasolina, óleos combustíveis, álcool etílico, hidrocarbonetos e seus derivados, aviões e suco de laranja.
Nas importações, em relação a maio de 2006, aumentaram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes, cereais e produtos de moagem, aeronaves e peças, equipamentos mecânicos, produtos farmacêuticos, borracha e obras e siderúrgicos.
Déficit na balança de químicos cresce 30,7%
As exportações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 3,3 bilhões de janeiro a abril, uma alta de 35,2% frente ao registrado em igual período de 2006, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A entidade aponta ainda que as importações do setor subiram 37,4% no mesmo pe ríodo, para o montante de US$ 6,6 bilhões.
Dessa forma, o déficit na balança da indústria química, acumulado até abril, é de aproximadamente US$ 3,3 bilhões, o equivalente a crescimento de 39,7%.
Conforme a Abiquim, “os produtos químicos responderam por 19,7% dos US$ 33,5 bilhões em importações realizadas pelo Brasil e por 7% dos US$ 46,5 bilhões exportados pelo País nos quatro primeiros meses do ano”. Em volume, as importações de químicos apresentaram crescimento de 43,6% e superaram 7,8 milhões de toneladas. Já as exportações subiram 26,9%, para 3,3 milhões de toneladas no mesmo período.
Mercado Interno
As vendas internas de resinas termoplásticas subiram 2,95% nos primeiros quatro meses do ano, quando da comparação com igual intervalo do ano passado, para mais de 1,1 milhão de toneladas, segundo levantamento preliminar da Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas (Coplast) da Abiquim.
Conforme a entidade, no mesmo período, as exportações alcançaram 399,2 mil toneladas, uma alta de 38,96%, e as importações de resinas avançaram 20,44%, atingindo 217,6 mil toneladas. A produção brasileira de termoplásticos, por sua vez, ficou próxima a 1,6 milhão de toneladas, o equivalente a crescimento de 3,89%, na mesma comparação.
Em nota, o coordenador da Coplast, José Ricardo Roriz Coelho, destaca que a indústria de resinas segue preocupada com os efeitos do câmbio na cadeia produtiva do plástico, em especial no segmento de transformados. “A desvalorização do dólar tem estimulado as importações desses produtos, prejudicando a competitividade de toda a cadeia produtiva”, reitera.
Os dados da Coplast até abril englobam o polietileno de baixa densidade (PEBD), polietileno de baixa densidade linear (PEBDL), polietileno de alta densidade (PEAD), polipropileno (PP), poliestireno (PS), policloreto de vinila (PVC) e copolímero de etileno e acetato de vinila (EVA) – os números referentes à resina PET ainda não foram incluídos.