Governo paga menos juros até março

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Gazeta Mercantil  Editoria: Nacional   Página: A-4


Valor dos gastos com essa rubrica caiu 12,5% no trimestre, devidoà redução da Selic. O governo está gastando menos com o pagamento de juros da dívida pública interna devido ao processo de redução da taxa básica da economia, a Selic, iniciado em setembro de 2005. No primeiro trimestre, tal despesa foi de R$ 38,8 bilhões. O valor é 12,5% menor do que o desembolsado no mesmo período do ano passado.

Gazeta Mercantil  Editoria: Nacional   Página: A-4


Valor dos gastos com essa rubrica caiu 12,5% no trimestre, devidoà redução da Selic. O governo está gastando menos com o pagamento de juros da dívida pública interna devido ao processo de redução da taxa básica da economia, a Selic, iniciado em setembro de 2005. No primeiro trimestre, tal despesa foi de R$ 38,8 bilhões. O valor é 12,5% menor do que o desembolsado no mesmo período do ano passado. Mas é duas vezes maior do que o total de gastos realizados pelos Ministérios da Saúde, da Educação e dos Transportes entre janeiro e março. Juntas, as três pastas consumiram R$ 19 bilhões no período, segundo levantamento realizado pela Associação Contas Abertas a pedido deste jornal. De acordo com dados divulgados segunda-feira pelo Banco Central, nos 12 meses encerrados em março a despesa acumulada com juros foi de R$ 154,7 bilhões. O valor é cerca de 3% menor do que os R$ 158,5 bilhões desembolsados nos 12 meses encerrados em outubro do ano passado. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o ritmo mais lento da redução é provocada pela mudança na composição da dívida do setor público. “Com a nova composição, que tem mais títulos prefixados, o País carrega o custo da dívida (ou paga o juro) por mais tempo”.


A nova composição citada é fruto de uma mudança no comportamento dos investidores, na esteira de melhores indicadores macroeconômicos. Na história recente, a principal parte dos títulos públicos sempre seguiu a taxa Selic devido à frágil confiança que o mercado depositava no Brasil, a qual fazia com que os investidores estivessem “protegidos” contra tempestades no mercado, já que nessas situações o Banco Central aumentava o juro e, conseqüentemente, o ganho dos credores.


O quadro mudou gradativamente nos últimos anos com o aumento da confiança no País. Com a aposta de que a Selic manterá trajetória de queda e sem temer novas intempéries, investidores preferem comprar papéis prefixados para garantir juros atuais por mais tempo. Tal movimento, segundo Lopes, atrasa parcialmente o ritmo de queda do gasto com o juro, porque a despesa dos títulos prefixados é estipulada até seu vencimento, ao contrário dos títulos pós-fixados, cujo custo cai à medida da redução da Selic. O que é prejudicial para o gasto com o juro é positivo para a gestão da dívida. Na semana passada, o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Guilherme Pedras, comemorou o fato de, pela primeira vez na história, o percentual prefixado da dívida superar o pós-fixado, que segue a Selic.


 


 


 

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