Frutas, serviços de tecnologia e vinhos do Vale do São Francisco estão na agenda de negócios.
A Federação de Comércio do Estado de Pernambuco lançou sua 13ª missão empresarial internacional tendo a China como o próximo destino, onde irá promover vendas de frutas e vinhos produzidos no perímetro irrigado do Vale do São Francisco, gesso, serviços de tecnologia da informação (incluindo softwares criados pelo Porto Digital do Recife) e cachaça.
Frutas, serviços de tecnologia e vinhos do Vale do São Francisco estão na agenda de negócios.
A Federação de Comércio do Estado de Pernambuco lançou sua 13ª missão empresarial internacional tendo a China como o próximo destino, onde irá promover vendas de frutas e vinhos produzidos no perímetro irrigado do Vale do São Francisco, gesso, serviços de tecnologia da informação (incluindo softwares criados pelo Porto Digital do Recife) e cachaça.
Alem disso a agenda prevê encontros com duas grandes operadoras de viagens e turismo que poderão selar interesses pelo litoral pernambucano.
A missão foi lançada pelo presidente da entidade, Josias Albuquerque, na presença do embaixador da República Popular da China no Brasil, Chen Duqing; do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang; e de representantes dos ministério das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A Fecomércio já promoveu missões empresariais para a Itália, França, Portugal, Espanha, Alemanha, Rússia e Polônia. Albuquerque explica que a opção pela China como destino de ações de intercâmbio internacional decorre da importância do gigante do continente asiático, com taxas de expansão de 10% ao ano.
A viagem do grupo de empresários nordestinos começará no próximo dia 31 de maio e inclui as cidades de Pequim, Xangai e Ningbo. O foco da missão é estreitar os laços econômicos, comerciais e culturais entre o empresariado brasileiro e o chinês. Coube ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinar o decreto de criação da Câmara de Comércio de Pernambuco como reforço às propostas da Fecomércio.
A missão pernambucana irá participar em Pequim de um seminário de divulgação de oportunidades de investimentos e de negócios no Nordeste, bem como de uma rodada de negócios entre empresas chinesas e brasileiras, além de visitas técnicas ao Centro de Cooperação Econômica da China (CECC), ao Conselho para Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) e ao Centro de Tecnologia da Informação.
Em Xangai, o grupo irá visitar o Centro de Serviços para Negócios Estrangeiros. O grupo realizará também um seminário de divulgação do Nordeste para investidores chineses.
A expectativa é de que o grupo contará inclusive com as presenças de Fernando Bezerra Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco; Dilton da Conti, presidente da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf); Sérgio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil; e Jorge Côrte Real, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). Está prevista ainda a participação do embaixador do Brasil em Pequim e do cônsul brasileiro em Xangai.
Os pernambucanos irão participar de uma visita ao complexo de Ningbo, que possui cinco portos e recebe navios de até 300 mil toneladas, e da 6ª edição da Feira Internacional de Bens de Consumo da China, que reúne compradores de aproximadamente 110 paises.
A missão terá apoio da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sebrae-PE, Apex, Banco do Brasil, Escritório das Relações Exteriores no Nordeste (Erene) e Itamaraty. Presidida por Josias Albuquerque o grupo que coordenará a missão é formado pelo engenheiro Matheus Antunes (ex-presidente de Suape), Margarida Collier e Tony Kuo (coordenador executivo de negócios de Suape).
Josias Albuquerque disse que as perspectivas brasileiras de intercâmbio comercial entre o Brasil e a China continuam positivas, seguindo o ritmo dos últimos anos. O fluxo comercial entre os dois países ultrapassou US$ 16 bilhões em 2006 (em 2005, havia sido de pouco mais de US$12 bilhões). Embora o superávit do Brasil tenha diminuído de quase US$ 1,5 bilhão em 2005 para pouco mais de US$ 410 milhões no ano passado, a tendência é de crescimento nas exportações.
Ele disse que de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações brasileiras para a China passaram de cerca de US$ 1,1 bilhão em 2000 para US$ 8,4 bilhões em 2006, num crescimento de mais de 650% em sete anos.
Modelo
O embaixador da China, Chen Duqing, disse que as exigências burocráticas vigentes no Brasil impõem dificuldades para que os chineses possam investir no país, além da cobrança de valores que ele considera elevados para remuneração de serviços relevantes no território brasileiro.
Duqing citou como exemplo o preço de transporte de um container entre os portos de Manaus e de Santos, equivalente a US$ 4,5 mil, quando o serviço para um mesmo container transportado entre Pequim e Santos custa US$ 2 mil.
Já o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, foi enfático ao dizer que alguns países adotam o modelo econômico de pobreza, que se caracteriza por juros altos, câmbio desfavorável, custo elevado de logística e carga tributária excessiva, entre outros aspectos negativos. Ele considerou que este cenário ocorre há décadas no Brasil, afastando grandes investimentos.
O embaixador Duqing denunciou, inclusive, que atualmente há lobbies de grandes multinacionais que tentam dificultar o ingresso de investimentos chineses no Brasil, mas preferiu não citar os segmentos da economia que vêm sendo objeto desses movimentos.
Os chineses observam que, para investir no Brasil, eles precisam obter CPF e se associar com uma pessoa de nacionalidade brasileira, fato que demanda muito tempo. Atualmente na China existe um balcão único onde os investidores, estrangeiros ou chineses, obtêm em uma semana todas as licenças que precisam para realizar investimentos no país.