O IBGE divulgou hoje a última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), relativa a 2005. Na comparação com 2004, o rendimento médio real mensal dos trabalhadores subiu 4,6%, registrando o primeiro crescimento ante o ano anterior desde 1996: R$ 805,00.
O IBGE divulgou hoje a última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), relativa a 2005. Na comparação com 2004, o rendimento médio real mensal dos trabalhadores subiu 4,6%, registrando o primeiro crescimento ante o ano anterior desde 1996: R$ 805,00.
Embora o valor seja superior aos R$ 770,00 apurados em 2004 e 2003, o país caminha de forma lenta rumo a uma distribuição de renda mais justa: o coeficiente de Gini, parâmetro internacional usado para medir concentração de renda e que pode variar entre zero e 1,0, teve trajetória gradual de queda e passou de 0,547 para 0,544. A concentração de renda foi maior nas regiões Nordeste (0,557) e Centro-Oeste (0,551). O Sudeste (0,526) e o Sul (0,507) apresentaram os menores resultados.
A pesquisa mostra também que o processo de inserção das mulheres no mercado de trabalho, iniciado na década de 80, continua em alta. Do total de 2,5 milhões de pessoas que ingressaram no mercado em 2005 (índice que revela um crescimento de 2,9%), 52% eram mulheres. A qualidade dos empregos também melhorou: o número de carteiras assinadas cresceu 5,3% entre 2004 e 2005. O maior número de pessoas à procura de trabalho fez com que a taxa de desemprego subisse 9,3% no ano passado.
O IBGE constatou ainda que o número de crianças entre 5 e 17 anos que trabalham cresceu 12,2% entre 2004 e 2005. Uma das possíveis causas deste aumento é a crise da agricultura. Segundo a PNAD, apenas 27,2% da população com mais de 10 anos de idade alcançam pelo menos 11 anos de estudo, o que equivale a concluir o ensino médio. Apesar de baixo, este percentual ainda é maior do que o registrado na pesquisa anterior (26,0%), o que influenciou na queda de 14,7% para 10,1% do índice de analfabetismo desta faixa etária. O maior percentual de analfabetos (10,9%) está na população com 15 ou mais anos de idade, mas, ainda assim, apresenta um recuo em relação aos 15,5% apurados em 1995.