A inflação acumulada em 12 meses medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) atingiu em março o nível mais alto em quase dois anos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador teve alta de 4,49% até o terceiro mês do ano – a mais intensa em 20 meses.
A inflação acumulada em 12 meses medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) atingiu em março o nível mais alto em quase dois anos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador teve alta de 4,49% até o terceiro mês do ano – a mais intensa em 20 meses. Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do índice ainda é usada como indexador das dívidas dos Estados com a União.
Ontem, a FGV anunciou o IGP-DI de março, que subiu 0,22%, resultado muito próximo ao de fevereiro (0,23%), e influenciado pela perda de força na alta dos preços do atacado (de 0,19% para 0,11%). Porém, essas elevações no primeiro trimestre, embora pequenas, contribuíram muito para a formação de uma taxa acumulada elevada, em 12 meses.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, no primeiro semestre do ano passado várias taxas do IGP-DI, beneficiadas pela valorização do real em relação ao dólar – que derrubou os preços de vários itens importados -, foram negativas. Isso diminuiu fortemente a taxa acumulada em 12 meses do indicador, ao longo do ano passado.
Porém, o cenário deste ano é diferente. Com a retirada da série histórica das taxas negativas de 2006, e a inclusão de taxas positivas referentes ao início deste ano, a tendência é a taxa acumulada do indicador crescer ainda mais. ‘Creio que (a taxa acumulada em 12 meses do IGP-DI) pode ficar entre 4,5% e 5% por algum tempo, como ao longo do segundo trimestre.’
Além disso, o economista informou que esse fenômeno não deve parar somente no IGP-DI. ‘Todos os outros IGPs, até o IGP-M, devem ficar nessa faixa (entre 4,5% a 5%) no acumulado em 12 meses, no segundo trimestre’, disse, explicando que esse é ‘um movimento, uma tendência comum a todos os IGPs’ para esse início de ano.
Na avaliação do economista, porém, a próxima taxa mensal do IGP-DI, referente a abril, pode ser ‘menor ou até igual’ à de fevereiro. Segundo ele, vários fatores que contribuíram para a inflação comportada em março, medida pelo indicador, devem permanecer esse mês.
Entre os destaques, estão os preços dos produtos agrícolas, que estão em baixa no atacado – principalmente das commodities – e devem continuar caindo ao longo de abril.
IPC-S
A FGV também anunciou ontem o resultado da inflação no varejo, na primeira semana de abril. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,57% até 7 de abril, ante alta de 0,48% na semana anterior, pressionado pelo fim da deflação nos preços no setor de vestuário (de -0,94% para 0,24%).
Essa disparada nos preços das roupas já era esperada, já que a época de liquidações nas lojas está acabando, com a chegada da nova coleção outono/inverno. ‘Esse movimento de alta nos preços de vestuário deve continuar elevando o indicador na próxima semana’, afirmou o coordenador do IPC-S, André Braz.