Importação recorde freia a produção local de insumos

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Raquel Landim


A importação de insumos industriais cresce a um ritmo oito vezes maior que o da produção pelos fornecedores domésticos. No período de 12 meses encerrado em outubro, a importação de bens intermediários cresceu 14%. Enquanto isso, a produção doméstica aumentou apenas 1,7%. Esses dados, da Funcex e do IBGE, explicam por que a produção industrial do país cresceu apenas 2,7% no período.


A substituição de insumos nacionais por importados, segundo economistas, é estratégia cada vez mais comum nas empresas, para reduzir custos e se adequar à valorização do câmbio.

Raquel Landim


A importação de insumos industriais cresce a um ritmo oito vezes maior que o da produção pelos fornecedores domésticos. No período de 12 meses encerrado em outubro, a importação de bens intermediários cresceu 14%. Enquanto isso, a produção doméstica aumentou apenas 1,7%. Esses dados, da Funcex e do IBGE, explicam por que a produção industrial do país cresceu apenas 2,7% no período.


A substituição de insumos nacionais por importados, segundo economistas, é estratégia cada vez mais comum nas empresas, para reduzir custos e se adequar à valorização do câmbio. Paulo Pereira Miguel, da consultoria Quest, estima que os bens intermediários importados já respondem por 21% das matérias-primas e insumos utilizados pelas empresas brasileiras. O percentual é recorde na história do país. Além da valorização do real, a perspectiva de estabilidade do câmbio estimula a substituição de fornecedores. Se houvesse risco de desvalorização cambial, os empresários seriam mais cautelosos, diz Miguel.


Estudo da consultoria MB Associados, feito a pedido do Valor, mostra que o fenômeno ocorre em vários setores. Nos 12 meses encerrados em outubro, a importação de bens intermediários cresceu 12% no segmento de plásticos, 21,7% em celulose, papel e gráfica, 23,2% em produtos metalúrgicos e 27,4% em material elétrico. Em contrapartida, a produção doméstica de preparados químicos caiu 6,8%, a de material plástico, 4,8% e a de tubos de aço com costura, 15,7%.


Para o economista Pereira Miguel, isso é apenas o começo.

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