A indústria acentuou a curva de recuperação em março, embora tenha mantido o desempenho heterogêneo entre os segmentos que a compõem. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem um conjunto de resultados positivos, com aumento de 1,2% na produção ante fevereiro, de 3,9% ante março de 2006 e expansões acumuladas de 3,8% no primeiro trimestre e de 2,7% em 12 meses.
Para o chefe da Coordenação de Indústria do IBGE, Silvio Sales, os números de março trazem ‘um sinal mais claro de tendência positiva na produção’.
A indústria acentuou a curva de recuperação em março, embora tenha mantido o desempenho heterogêneo entre os segmentos que a compõem. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem um conjunto de resultados positivos, com aumento de 1,2% na produção ante fevereiro, de 3,9% ante março de 2006 e expansões acumuladas de 3,8% no primeiro trimestre e de 2,7% em 12 meses.
Para o chefe da Coordenação de Indústria do IBGE, Silvio Sales, os números de março trazem ‘um sinal mais claro de tendência positiva na produção’. A liderança do movimento de reação, segundo ele, é de bens de capital. O economista destacou que a indústria vem respondendo ao comportamento da demanda interna.
Avaliação semelhante foi feita pelas analistas Marcela Prada, da Tendências Consultoria, e Giovanna Rocca, do Unibanco. Para Marcela, os dados de março mostram um crescimento mais vigoroso em comparação com os últimos meses, ‘ficando em linha com o cenário de crescimento mais forte da indústria em 2007 em razão do quadro favorável para a demanda interna que resultou de expansão de crédito, renda e emprego, além do aumento dos investimentos’.
Giovanna ressaltou que a indústria recuperou vigor em março, após um desempenho suave nos dois primeiros meses do ano. Segundo ela, a aceleração do crescimento era esperada, já que as melhores condições do mercado de trabalho, a queda nas taxas de juros reais e o crédito continuam dando suporte à demanda doméstica.
Apesar dos números positivos, Silvio Sales observou que o desempenho industrial ainda é ‘bastante desbalanceado, desequilibrado’ entre os setores. Enquanto os segmentos mais sensíveis às importações mantêm taxas negativas, as atividades mais ligadas ao mercado interno mostram melhores resultados.
Em relatório, economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) chamam a atenção para a ‘concentradíssima expansão setorial da indústria até o presente’. Segundo a entidade, somente 6 entre 27 setores foram responsáveis por um crescimento de 3,34 pontos porcentuais da expansão de 3,8% no primeiro trimestre, ou 88% do crescimento trimestral.
INVESTIMENTOS
Sales avalia que a produção de bens de capital, que aponta o desempenho dos investimentos, é um ‘claro destaque’ do desempenho da indústria no primeiro trimestre de 2007. Segundo ele, a expansão dessa categoria está ocorrendo de forma mais generalizada entre os segmentos que a compõem do que vinha ocorrendo no ano passado.
No primeiro trimestre de 2007, a produção de bens de capital cresceu 6,9% ante o quarto trimestre de 2006 e 14,8% ante o primeiro trimestre do ano passado. Nos dois casos, o desempenho foi bem acima da média nacional, que teve expansões, respectivamente, de 1,2% e 3,8%.
Relatório do Iedi sobre os resultados da produção destaca que a expansão de bens de capital ajuda a compatibilizar a evolução da demanda interna com a oferta e mantém o controle da inflação. Já os bens de consumo semiduráveis e não-duráveis continuam refletindo os problemas do câmbio em alguns setores. Essa categoria teve expansão abaixo da média (1,3%) no primeiro trimestre, por causa das pressões negativas de semiduráveis, como calçados e medicamentos.