Inflação no varejo surpreende e sobe 0,86%

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Pressionada por alimentos com os preços em alta e mensalidades escolares mais caras, a inflação no varejo disparou na primeira semana de janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), primeiro indicador de inflação de 2007, subiu 0,86% no período, bem acima do apurado na semana anterior (0,63%). A magnitude da elevação surpreendeu o mercado financeiro, que esperava resultado de no máximo 0,82%, e foi a maior taxa do índice em 77 semanas.

Pressionada por alimentos com os preços em alta e mensalidades escolares mais caras, a inflação no varejo disparou na primeira semana de janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), primeiro indicador de inflação de 2007, subiu 0,86% no período, bem acima do apurado na semana anterior (0,63%). A magnitude da elevação surpreendeu o mercado financeiro, que esperava resultado de no máximo 0,82%, e foi a maior taxa do índice em 77 semanas. O índice foi anunciado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Para o economista da instituição, André Braz, o próximo IPC-S deve continuar em aceleração. “Parece que esse efeito de alta nos preços dos alimentos não deve ceder. E a parte de educação, pressionada por mensalidades escolares, deve continuar a apresentar alta”, afirmou. Mas observou que esses efeitos são sazonais e característicos dessa época do ano. “O IPC-S sempre sobe em janeiro”, disse.


Entretanto, ao se comparar com resultados anteriores de igual período, ou seja, referentes à primeiras semana de janeiro, a taxa anunciada ontem foi a maior em toda série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2003. O resultado superou os de 2004 (0,37%); de 2005 (0,72%); e de 2006 (de 0,69%). Não há resultado para 2003 porque o índice começou a ser apurado na quarta semana do primeiro mês daquele ano.


Entre a última semana de dezembro do ano passado e a primeira semana de janeiro deste ano, os preços dos alimentos in natura subiram fortemente, levando ao fim deflações em hortaliças e legumes (de -1,51% para 2,08%); e em frutas (de -1,57% para 2,03%).


Braz explicou que, em janeiro, os preços dos in natura costumam subir mais, devido ao impacto das mudanças de clima nas lavouras desse tipo de produto. Com isso, a produção acaba sendo prejudicada, diminuindo a oferta e aumentando os preços. “O verão sempre conta com mais chuvas e calor intenso. Os efeitos disso sempre acabam aparecendo na inflação, por meio dos alimentos in natura”, disse.


Além disso, as recentes chuvas, além de afetar o desempenho da produção, também inibe a oferta devido a uma influência logística. Por conta dos temporais, houve quedas de barreiras e danos em estradas – o que prejudica o transporte dos alimentos aos mercados de consumo.


No caso das mensalidades, houve a aceleração de preços em cursos formais (de 0,0% para 1,05%), no período. Braz lembrou que janeiro é conhecido como mês de reajustes nos preços desse serviço.


 

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