Folha de São Paulo Editoria: Dinheiro Página: B-3
O Brasil seguiu a tendência inversa à do resto da América do Sul e viu o IED (Investimento Estrangeiro Direto) crescer 24,66% no ano passado, para US$ 18,782 bilhões. Na América Latina, o país só perdeu para o México, que recebeu US$ 18,939 bilhões, segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
No ano passado, o fluxo de investimento na América do Sul caiu 0,2%, para US$ 44,679 bilhões.
Folha de São Paulo Editoria: Dinheiro Página: B-3
O Brasil seguiu a tendência inversa à do resto da América do Sul e viu o IED (Investimento Estrangeiro Direto) crescer 24,66% no ano passado, para US$ 18,782 bilhões. Na América Latina, o país só perdeu para o México, que recebeu US$ 18,939 bilhões, segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
No ano passado, o fluxo de investimento na América do Sul caiu 0,2%, para US$ 44,679 bilhões. Já na América Latina, houve crescimento, de 1,5%, e o IED avançou para US$ 72,439 bilhões em 2006.
Assim, o crescimento da região ficou distante dos 34% estimados pela Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) para a expansão do IED no mundo no ano passado, para US$ 1,230 trilhão.
A expansão brasileira, ainda que distante da previsão mundial, foi superior à dos países em desenvolvimento: 10%. A estimativa é que os investimentos estrangeiros nos países desenvolvidos tenham se elevado em 47,6%.
Apesar do crescimento, os investimentos estrangeiros no Brasil ficaram distantes dos valores obtidos no período de 1997 a 2001. Nesses anos, a média do IED ficou em US$ 27,075 bilhões. O melhor ano foi 2000, quando alcançou US$ 32,779 bilhões. No ano seguinte, o Brasil perdeu a liderança na América Latina para o México e não recuperou mais a posição.
De acordo com a Cepal, Estados Unidos, Holanda e Suíça foram os países que mais investiram no Brasil. No caso dos suíços, a sua presença está relacionada com a compra do Pactual, principal banco de investimentos e gestão de ativos independente do país, pelo UBS, por US$ 2,6 bilhões.
Ainda segundo a entidade, 55% dos investimentos estrangeiros que entraram no Brasil foram para o setor de serviços, especialmente para a área financeira e as de eletricidade, gás e água. A indústria foi responsável por 39% do fluxo e os destaques foram os setores de metalurgia e papel e celulose. Já o setor primário foi responsável por só 7% das entradas.
Esse quadro estabelece a diferença entre os dois maiores países, Brasil e México, e o restante da região. Enquanto nesses dois países o setor de serviços impulsionou a entrada de investimentos, no resto da América Latina o setor primário foi o motor para a chegada de IED, especialmente com a alta do petróleo -que foi a US$ 78 em meados de 2006- e de minérios. O cenário favoreceu países como Venezuela e Chile.
Investimento no exterior
O Brasil foi o país da América Latina que mais investiu no exterior no ano passado, com US$ 28,202 bilhões, contra US$ 2,517 bilhões em 2005. A liderança do ranking da região era do México, que caiu de US$ 6,474 bilhões, em 2005, para US$ 3,897 bilhões.
O principal investimento brasileiro no ano passado foi a compra da siderúrgica canadense Inco pela Vale do Rio Doce, em um negócio de mais de US$ 16 bilhões. O negócio tornou a Vale a segunda maior do mundo.
Outras empresas que se destacaram em internacionalização dos negócios e na aquisição de estrangeiras foram Gerdau, Itaú, Votorantim e Petrobras.